quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Assistente Social Cultiva Estilo de dança TRIBAL no Brasil



O Estilo Tribal é relativamente recente no mundo da dança, mas bebe na fonte de diversas culturas antigas e mistura tudo numa alquimia de tom contemporâneo. Uma de suas facetas mais interessantes é a improvisação coordenada, semelhante à brincadeira de "siga o líder", baseando-se numa série de códigos e sinais corporais que as bailarinas aprendem para se comunicar entre si durante a apresentação.
No caldeirão da universalização, aponta como um estilo visionário...Mahaila Diluzz é dançarina e facilitadora desta modalidade. Em formação acadêmica como assistente social, desenvolveu trabalhos com mulheres de baixa renda na área da saúde, prevenção de DST, planejamento familiar e direito da mulher, o que lhe proporcionou amplo conhecimento sobre psicologia e anatomia feminina. Depois fez teatro e biodança, pratica dança do ventre desde 1993, abriu seu estúdio, promoveu eventos, recebeu premiações e, com tudo isso, gosta de passar seu lema a todas as mulheres que a procuram: “Viva melhor”.

Estilo Tribal, a dança do novo milênio?

Não é folclore, nem é etnicamente tradicional. O Estilo Tribal é uma modalidade de dança que funde conceitos e movimentos de danças étnicas das mais variadas regiões, como Dança do Ventre, Flamenco, Dança Indiana e Dança Havaiana, além de folclores de diversas partes do Oriente e danças tribais da África Central.

Falar sobre Tribal é mostrar, com o corpo, a rede cultural dos povos do mundo. O termo se refere à comunidade, grupo, família, aspectos do feminino que trabalham a preservação da espécie, o cuidado com o outro, a manutenção da vida e do lar. É uma dança ecológica até em seu figurino, pois faz utilização de sementes, flores, conchas e tudo o mais que remeta à ancestralidade e naturalidade. Cada trupe ou tribo cuida dos seus integrantes objetivando a harmonia do todo. Para dançar Tribal é preciso conhecer as etnias que irão compor o estilo através de estudo, o que fará com que nos aproximemos das diversidades culturais, dando margem à nossa compreensão das mesmas. Neste estudo, acabamos por encontrar nas diferenças, justamente, grandes semelhanças de movimentos. Ricos em significados e símbolos próprios, trazidos à luz do Tribal através das mesclas, harmonizam-se quanto à intenção de tornar pública a arte de cada cultura. Dançar Tribal é celebrar e propor a paz e a harmonia entre os povos de todas as raças e credos... Assim, o Tribal seria a dança do novo milênio, da universalização, da globalização. A Dança do futuro!

Histórico - A vertente surgiu nos EUA, em 1969, quando a bailarina Jamila Salimpour, ao fazer uma viagem ao Oriente, se encantou com os costumes dos povos tribais. De volta à América, Jamila resolveu inovar e mesclar as diversas manifestações culturais que havia conhecido em viagem. Com sua trupe Bal Anat, passou a desenvolver coreografias que utilizavam acessórios das danças folclóricas e passos característicos da dança oriental, baseando-se em lendas tradicionais do Oriente para criar uma espécie de dança-teatro, acrescentando um figurino inspirado no vestuário típico das mulheres orientais.Uma forte característica trazida das danças tribais é a coletividade. Não há performances solos no Estilo Tribal. As bailarinas, como numa tribo, celebram a vida e a dança em grupo.Nos anos 1980, novas trupes já haviam se espalhado pelos EUA. Masha Archer, discípula de Jamila, ensina à Carolena Nericcio a técnica criada por Jamila baseada nos trabalhos de repetição e condicionamento muscular do Ballet Clássico adaptados aos movimentos das danças étnicas. Incentivada pelas diferenciações do no vo estilo, Carolena forma sua própria trupe e dá novos contornos à história do Estilo Tribal.Com sua trupe Fat Chance Belly Dance, inseriu no Estilo Tribal a característica mais forte do Estilo Tribal Americano: a improvisação coordenada. Este sistema de improvisos parece uma brincadeira de "siga o líder" e baseia-se numa série de códigos e sinais corporais que as bailarinas aprendem, trupe a trupe. Esses sinais indicam qual será o próximo movimento a realizar, quando haverá transições, trocas de liderança, etc.Uma nova postura foi adotada pelas bailarinas desse estilo, inspirada no flamenco, com posições corporais diferenciadas visando maior amplitude aos movimentos.
Nos anos 90, o Estilo Tribal passou a demonstrar a presença de outras danças. Além da Dança do Ventre, introduziu Dança Indiana, Flamenco, dança moderna e jazz. Nasce ai o Neo Tribal, um sub-estilo que já não se mantém preso ao sistema de sinalização do Estilo Tribal Americano, trabalha com peças coreografadas e ganha liberdade com a adição de novos movimentos, inovações cênicas, acessórios e composição de figurino.
Em 2002, no Brasil, Shaide Halim cria a Cia. Halim Dança Étnica Contemporânea – a primeira trupe tribal do Brasil, criando assim o Estilo Tribal Brasileiro. Desenvolvendo um trabalho baseado nestas modificações pelas quais o estilo passou, inova mais uma vez ao trabalhar com as danças de uma forma mais homogênea. A Cia. Halim tem seu trabalho coreográfico orientado pela composição musical, dando ênfase a uma ou outra modalidade de dança, seja esta oriental, indiana, africana ou brasileira, a partir do tema musical.O Estilo Tribal Brasileiro chegou a Porto Alegre neste ano de 2006, através de um workshop realizado por Shaide Halim, produzido pelo Estúdio Mahaila Diluzz, que agora vem ensinando o método Cia Halim. Nosso objetivo é divulgar e difundir o Estilo Tribal Brasileiro, imprimindo neste, a marca de nossa cultura, criando uma nova forma de expressão inovadora, pois acreditamos no potencial criativo de nossa gente.

Mahaila DiluzzDançarina e ProfessoraDança do Ventre, Dança Cigana, Dança Indiana, Dança Havaiana, Dança de Salão e Dança Étnica Contemporânea/Tribal

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