quinta-feira, junho 14, 2007

Ezequiel Ander Egg Em Beja Convidado pelo Rede Europeia Anti-Pobreza

EM BUSCA DE UMA ÉTICA PLANETÁRIA

(...) Aprender a viver na era planetária, pressupõe e exige uma ética planetária, cujas notas essenciais podemos resumir no seguinte:

Inclua a dimensão intergeracional e diacrónica da solidariedade: temos que pensar hoje na Terra que deixamos aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos, tendo em conta que – como nos recorda Cousteau – “somos passageiros sem nacionalidade de uma nave chamada Terra, cujo futuro está em perigo”. Não é impossível que a Terra pereça devido à herança que deixamos, mas também é possível torná-la mais habitável.

Alcance uma dimensão planetária: somos todos companheiros e partilhamos o mesmo recinto cósmico; o destino do planeta e o seu cuidado diz respeito a todos nós. Solidariedade e ligação dos humanos com base na pertença a uma Pátria-Terra que nos é comum, e nos problemas que partilhamos e que nos são comuns.

Substitua a ideia darwiniana da sobrevivência do mais apto, pela sobrevivência do mais cooperativo; trata-se de substituir o dinamismo da competitividade pela força comungante e comunicativa da solidariedade.

Se a tolerância é hoje um valor básico para a convivência, nos anos vindouros não será suficiente para obter a fraternidade entre os humanos. Será necessário passar da tolerância à cooperação. Isto implica assumir a diversidade e a pertença múltipla como uma riqueza: afirmar o direito à diferença e a abertura ao universal, e desenvolver a capacidade de diálogo e de encontros/cruzamentos fertilizantes.

Supere a concepção tecnocrática segundo a qual “tudo o que se pode realizar tecnicamente deve ser feito”.

Ensine as pessoas a viverem com o necessário, desprezando todas as formas de ostentação ou esbanjamento. Tal supõe a busca de uma civilização da austeridade partilhada, caracterizada pela simplicidade do modo de vida, com o propósito de assegurar que os recursos limitados cheguem para todos.

Substitua a concepção actual de riqueza e de pobreza consideradas em termos de ter (mais ou menos), por uma concepção em que a riqueza e a pobreza se definam pelo ser, de modo que o referente à riqueza seja a qualidade de vida, não o dinheiro.

Integre o pensamento racional com a sensibilidade e a emoção; o conhecer com o fazer; a razão com o coração; a inteligência com o pensamento e a consciência; a lógica com o mito; o trabalho com o lúdico e a fantasia.

Ensine a viver em comunhão com a natureza (que inclui todos os seres vivos), para saber viver em comunhão com os seres humanos. A este respeito convém recordar o que sabiamente dizia um chefe índio: “Tudo o que acontece na Terra, acontecerá aos filhos da Terra.”

Posto tudo isto, emerge nitidamente uma exigência: a necessidade de uma ética planetária.

(...)

Ezequiel Ander-Egg

VALORES PARA VIVER NA ERA PLANETÁRIA[1]
[1] Comunicação do autor na Sessão de Abertura do I Congresso Nacional de Serviço Social, Aveiro, 2002, organizado pela APSS e Publicado na Obra Serviço Social Unidade na Diversidade - Encontro Com a Identidade Profissional, B. Alfredo Henríquez e Maria André Farinha ( Org. ), Lisboa , APSS. 2003.

Consulte http://www.correioalentejo.com/index.php?diaria=627

Serviço Social Saramago Acusa Esquerda Actual de Ser Estúpida



José Saramago acusa esquerda actual de ser estúpida
13.06.2007 - 17h31 Lusa


A esquerda actual “deixou de ser esquerda” e tornou-se “estúpida”, afirmou hoje o escritor José Saramago, que acusou também os governos de estarem a tornar-se em “comissários do poder económico”.

“Já não há governos socialistas, ainda que tenham esse nome os partidos que estão no poder”, afirmou hoje o prémio Nobel da literatura português a respeito de executivos como o português e o italiano, citado pela agência EFE no último dia da conferência “Lições e Mestres”, em Santilhana del Mar, no Norte de Espanha.

“Antes gostávamos de dizer que a direita era estúpida, mas hoje em dia não conheço nada mais estúpido que a esquerda”, adiantou o octogenário escritor e militante histórico do Partido Comunista Português.

Saramago foi um dos pensadores cuja obra foi focada na conferência, juntamente com as de Carlos Fuentes e Juan Goytisolo.

Fugindo ao tema literário, Saramago acabou por dedicar grande parte da sua intervenção aos problemas das democracias contemporâneas, que na sua opinião não passam de “plutocracias”, e apelou à insubmissão da população, segundo relata a agência espanhola.

“O mundo é dirigido por organismos que não são democráticos, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio”, acusou.

”É altura de protestar”

Para Saramago, “é altura de protestar, porque se nos deixamos levar pelos poderes que nos governam e não fazemos nada por contestá-los, pode dizer-se que merecemos o que temos”.

“Estamos a chegar ao fim de uma civilização e aproximam-se tempos de obscuridade, o fascismo pode regressar; já não há muito tempo para mudar o mundo”, afirmou José Saramago.

A obra do escritor português foi apresentada por Laura Restrepo, numa sessão que contou ainda com a presença da brasileira Nélida Pinhon e dos escritores Juan Goytisolo e Carlos Fuentes.

Saramago revelou que está a escrever um novo livro, sem adiantar pormenores.

O escritor português defendeu que não existem géneros, mas sim “espaços” literários, que admitem de tudo – ensaio, filosofia, ciência ou poesia – e expressou a sua admiração pelo checo Franz Kafka, “a grande figura literária do século XX”.

in http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1296644

terça-feira, junho 12, 2007

Investigação Exemplar: Estudantes Paraguaios e Espanhois de Serviço Social Estudam Conjuntamente Situação Social de Imigrantes

O Diário Última Hora publicou em sua edição de segunda-feira (11) o resultado de um estudo desenvolvido em conjunto por estudantes do curso de Serviço Social da Universidade Técnica de Comercialização de Desenvolvimento (UTCD), do Paraguai, e estudantes do mesmo curso da Universidade Complutense, de Madrid, que traçou o perfil dos paraguaios que vivem actualmente na capital espanhola.

A pesquisa ocorreu entre 11 de novembro de 2006 e 15 de maio de 2007, e ouviu 817 trabalhadores paraguaios em Madrid, sendo que destes, 735 são mulheres e apenas 82 são homens. No Paraguai, os pesquisadores trabalharam com 341 famílias que têm pelo menos um membro trabalhando na capital espanhola.
A pesquisa revelou que 51% dos entrevistados possui dois empregos e 54% trabalham entre 8 e 12 horas diárias, às vezes mais. As longas jornadas de trabalho e o fato de possuir dois empregos são comuns entre os paraguaios que recebem mais de mil euros por mês.
Com respeito à escolaridade, apenas 1% dos paraguaios entrevistados em Madri cursaram uma pós-graduação, 4% concluíram um curso universitário, 1%1 iniciou, mas não concluiu, curso superior, 26% completou o ensino médio, 37% iniciaram-no sem completá-lo, 17% possui apenas o primário e 4% não concluíram sequer este nível de formação
.
Das mulheres paraguaias ouvidas pelos pesquisadores, 96% realizam trabalhos domésticos (empregada doméstica, acompanhante de idosos, babás) e 4% trabalham em empresas. Entre os homens, 36% são jardineiros, 21% são garçons, 17% trabalham em empresas de segurança, 11% trabalham com construções e 6% não possuem trabalho.
Cerca de 59% dos entrevistados enviam entre 95% e 100% do que conseguem economizar para seus parentes no Paraguai, enquanto 19% envia mais de 75%. Por conta destas altas porcentagens, a maioria dos entrevistados vive seu primeiro ano na Espanha com sérias restrições financeiras, posto que o custo de vida é bastante alto: aproximadamente € 360,00 mensais, considerando que os emigrantes paraguaios dividem o aluguel entre quatro ou mais pessoas.
No ano passado, as remessas enviadas pelos paraguaios residentes no exterior, principalmente na Espanha, Argentina e Estados Unidos, representaram cerca de US$ 680 milhões. A previsão para este ano é um acréscimo de 30%, o que deverá elevar esta quantia aos US$ 800 milhões.
Vagas no Canadá
O mercado de trabalho canadense está aberto aos paraguaios, conforme aponta o portal Paraguay News. Nesta segunda-feira (11) a embaixada da França em Assunção promoveu uma reunião informativa sobre os programas de emigração para Quebec, no Canadá. De acordo com a notícia, há vagas para jovens com formação superior, experiência profissional e que falem ou estejam dispostos a aprender francês.

Serviço Social Familia, Orientação Sexual & Identidade de Gênero

Dia 16 de junho – Família, orientação sexual e identidade de gênero

9h – Credenciamento
9h30 – Mesa de Abertura10h
– Mesa 01: Identidade de Gênero: - Regina Facchini - Vice-Presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT – SP) e Antropóloga, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
- Maria Elisa Braga - Assistente Social, Professora das Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo (FMU/SP) e Membro da Diretoria Provisória do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS - SP).
- Coordenação: Anna Paula Vencato – Antropóloga, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
11h – Debate12h30
– Almoço14h
– Mesa 02: Família e Direitos GLBTT
- Irina Bacci – Presidente da Associação de Famílias GLTTB (INOVA) e Membro do Fórum Paulista GLBTT - Bábara Graner – CASVI – Piracicaba e Coletivo Nacional de Transexuais (CNT)
- Maria Lúcia Martinelli – Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP)
- Coordenação: Marcos Valdir Silva - Assistente Social, Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS - SP)
15h30 – Intervalo
15h45 – Debate
16h45 – EncerramentoRealização
Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS - SP)
Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT – SP) Fórum Paulista GLBTT
Local: Sindicato dos Bancários – Auditório Azul(Rua São Bento, 413 – Centro – Edifício Martinelli - Próximo ao Metrô Anhangabaú).
in

Documentos Sobre os Cursos de Serviço Social à Distância no Brasil

CARTA DE SÃO PAULO

Nos dias 29 e 30/11 e 01/12/2006 os Assistentes Sociais delegados, observadores e estudantes de Serviço Social reunidos na Associação dos Professores do Estado de São Paulo- APEOESP participaram do II Congresso Nacional dos Assistentes Sociais da Federação Nacional dos Assistentes Sociais - FENAS.
A Plenária Final aprovou como PLANO DE LUTAS DA FENAS :
1- A FENAS e seus Sindicatos lutará pelo NÃO RECONHECIMENTO do Curso de Serviço Social à Distância;
2- A FENAS continuará cobrando Audiência com o Ministro da Saúde para tratar especificamente da INCLUSÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NO PSF na Equipe Mínima ;

3- Para o Movimento Sindical da categoria o 15 de maio será consagrado como o DIA DE LUTA DA CATEGORIA !!!!
4- NO DIA 15 DE MAIO DE 2007 os Sindicatos realizarão ATO PÚBLICO em todo o BRASIL levantando bandeira para:

NÃO RECONHECIMENTO DO EAD DE SESO;
INCLUSÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS NO PSF;
APROVAÇÃO DOS PROJETOS DE LEI REFERENTES A PISO SALARIAL, JORNADA , CONDIÇÕES E AMPLIAÇÃO DE MERCADO DE TRABALHO DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM TRAMITAÇÃO EM BRASÍLIA;

GARANTIA DO SERVIÇO SOCIAL NA EDUCAÇÃO

5 - Nos Estados e Municípios os Sindicatos deverão encaminhar e apoiar PROJETOS DE LEI PARA GARANTIR PISO SALARIAL,JORNADA DE TRABALHO, CONDIÇÕES E AMPLIAÇÃO DE MERCADO DE TRABALHO;

6- A FENAS LUTARÁ PELA GARANTIA DE PISO SALARIAL E JORNADA DE TRABALHO DE NO MÁXIMO 30 HORAS SEMANAIS NO BRASIL;

7- OS SINDICATOS DEVERÃO ASSUMIR OS ASSENTOS NAS MESAS DE NEGOCIAÇÃO DO SUS E CONSELHOS DE DIREITOS EM DEFESA DA CATEGORIA;
8- A FENAS ESTARÁ ORGANIZANDO O SEMINÁRIO NACIONAL NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA DISCUTIR E ENCAMINHAR AS PROPOSTAS DE RECURSOS HUMANOS NOB/RH/SUAS;

9- OS SINDICATOS DEVERÃO VIABILIZAR A IDA DOS SINDICALISTAS AO 12º CONGRESSO BRASILEIRO DE SERVIÇO SOCIAL-CBAS;

10- A FENAS ESTARÁ ACOMPANHANDO O MOVIMENTO DA CATEGORIA PARA A REABERTURA DOS DEMAIS SINDICATOS FECHADOS NA DÉCADA DE 80 ;
11- APROXIMAÇÃO COM AS DEMAIS ENTIDADES DA CATEGORIA PARA LUTARMOS JUNTOS CONTRA O NÃO RECONHECIMENTO DO EAD DE SESO;12- OS SINDICATOS DEVERÃO CELEBRAR ACORDOS COLETIVOS EM DEFESA DOS ASSISTENTES SOCIAIS QUE ATUAM NAS EMPRESAS PRIVADAS E/OU FILANTRÓPICASSÃO.
PAULO, 1/12/2006
Nota Pública sobre Cursos de Graduação à Distância

As entidades representativas do Serviço Social – Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social (CFESS - CRESS), Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social (ENESSO), reunidas em Plenária Ampliada convocada pelo CFESS, ocorrida em Brasília, nos dias 29 e 30 de abril de 2006, manifestam, por meio desta Nota Pública, posição contrária à implementação de cursos de graduação à distância. Tal posicionamento deve-se a diversos fatores e aspectos que colidem com a garantia de uma educação superior pública de qualidade e com os princípios norteadores do projeto ético-político profissional que vêm balizando a condução das ações das entidades citadas. Dentre eles, os mais graves são:
- a maneira antidemocrática – através de decreto (de 19/12/2005) – pela qual o Governo Federal instituiu a prerrogativa legal para a implementação,o desenvolvimento e a expansão de cursos de graduação à distância. Tal decreto revogou um anterior (de 02/98) e regulamenta o que está previsto no artigo 80 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação, aprovada em 1996), que prevê o ensino à distância, em todos os níveis e modalidades;
- a natureza geneticamente precarizadora do ensino de graduação à distância subjacente ao decreto de 19/12/2006, uma vez que determina a sua oferta para todo o tipo de modalidade, indiscriminadamente e sem considerar as particularidades que demarcam os variados campos e instâncias educacionais: prevê-se da educação básica à educação e superior, passando pela educação de jovens e adultos e pela educação especial. No caso da educação superior, abrange cursos seqüenciais, graduação, especialização, mestrado e doutorado, sem distinção;
- o processo de credenciamento ocorre de maneira extremamente superficial, não estabelecendo condicionalidades da avaliação estatal in loco para confirmação e fiscalização das informações prestadas pela instituição proponente, como ocorre nos casos dos cursos de graduação presenciais;
- o credenciamento e a autorização para o funcionamento não obedecem a critérios rigorosos de qualidade e ainda transfere para os sistemas estaduais o estabelecimento de parâmetros e procedimentos;
- a não garantia da realização de encontros presenciais para a organização de debates, discussões e socialização de conhecimentos, estratégia metodológica básica e fundamental para as experiências de ensino à distância;
- o não estabelecimento de normas, critérios e parâmetros claros para a realização do estágio profissional supervisionado como atividade presencial;
- a não consagração de sistemas de avaliação e acompanhamento das experiências de cursos à distância pelo Estado;
- a natureza mercantil pela qual estão sendo adotadas experiências com o ensino à distância, majoritariamente implementadas pelas redes privadas de mercantilização da educação;
- o aspecto impositivo pelo qual o Ministério da Educação - MEC pretende ampliar o ensino à distância nas Instituições Federais de Ensino Superior, condicionando a abertura de vagas para docentes à realização de cursos à distancia, tal como se anuncia no edital I do programa Universidade Aberta, de 16/12/2005.

Dessa forma, os avanços tecnológicos que viabilizam o ensino à distância submetem-se aos interesses mercantis e à forma precária através da qual o governo federal se valeu para expandir os cursos à distância. Os fins - aos quais estão subordinados os cursos de graduação à distância - tornaram os meios nefastos para o avanço da educação superior de qualidade: eles mesmos a desqualificam tal como previsto.
Nossas históricas bandeiras de luta no campo da educação superior – que são bandeiras de um conjunto de movimentos sociais comprometidos como a sua qualidade e gratuidade, como é o caso do movimento docente – não se coadunam com os cursos de graduação à distância previstos no decreto de 19/12/2005. Desta forma, não temos assegurados os seguintes compromissos e princípios:
- educação como direito de todos e dever do Estado;
- indissociação entre ensino, pesquisa e extensão;
- processo formativo básico com perspectiva de totalidade e criticidade na apreensão da realidade;
- acesso à bibliografia de qualidade, não apenas nos textos básicos adotados (como as apostilas que funcionam como material didático recorrente nas experiências de ensino à distância), mas através do acesso efetivo às bibliotecas;
- ensino do trabalho profissional (ou ensino da prática) garantido em diversas etapas do processo formativo;
- realização do próprio estágio profissional supervisionado, de modo presencial e com o acompanhamento dos supervisores: acadêmico e de campo;
- realização de pesquisa e investigação como princípio formativo que deve perpassar todo o currículo.
Assim, reiteramos nosso posicionamento contrário à implementação de cursos de graduação à distância, uma vez que se confrontam radicalmente com nossos compromissos e princípios e colidem com os conteúdos, habilidades e competências previstos nas Diretrizes Curriculares para os cursos de Serviço Social.
Brasília, 30 de abril de 2006.


Conselho Federal de Serviço Social - CFESS
Conselhos Regionais de Serviço Social – CRESS
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social - ABEPSS
Executiva Nacional de Estudantes de Serviço Social - ENESSO

Um Olhar Brasileiro Sobre O Serviço Social Português



A Prática Profissional do Serviço Social Português




Como alertam as suas autoras: Ângela Maria Pereira da Silva;Viviane Luzia Prestes Anchieta;Wanda Griep Hirai e Gleny T. D. Guimarães, Este artigo apresenta a análise de alguns dados da pesquisa realizada no período de janeiro a julho de 2005, para realização do Pós-Doutorado em Serviço Social, na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. O instrumento para coleta dos dados foi um questionário com perguntas fechadas, porém opesquisado tinha total liberdade para escrever sua resposta, caso não concordasse plenamente com as alternativas apresentadas. Foi utilizada a análise de conteúdo para interpretação dos dados.

(...)

Resumo – O artigo examina em que medida o Serviço Social Português se caracteriza nos seguintes aspectos: a atuação do Assistente Social e os subsídios para realizar a prática profissional; o conhecimento das políticas sociais para a consolidação da cidadania, acesso aos direitos sociais como resistência à realidade de exclusão e desigualdades e de que forma o conhecimento sobre as transformações societárias repercutem no cotidiano profissional.


Essa pesquisa do tipo exploratório foi realizada com duzentos e noventa e dois assistentes sociais portugueses, na cidade de Lisboa, financiada pela CAPES. Busca-se com isso, partilhar de outra realidade além da brasileira. Os resultados da pesquisa apontam para uma proximidade da concepção portuguesa, ao mesmo tempo indica diferenças e contradições se comparadas ao
Serviço Social Brasileiro.

Considerações finais


Esse artigo procurou demonstrar que os Assistentes Sociais portugueses
subsidiam a prática profissional através da competência técnica, que se baseia no saber
prático e na realização de uma prestação de serviço, ou seja, a competência profissional
deriva do domínio metodológico, do saber fazer adquirido com a experiência durante o
exercício profissional, uma valorização da prática, ou seja, “... ligação ao trabalho bem
feito, ao valor do fazer” (Dubar, 1997, p. 207).

A ênfase na técnica também está relacionada aos fundamentos teóricos, à análise
da realidade e à aplicação do instrumental técnico. Isso repercute nas seguintes
concepções: o Assistente Social contribui na sociedade através de mudanças nos
processos sociais e nas políticas sociais; a condição de exclusão dos usuários é
condicionada por transformações societárias (globalização, individualização,
subemprego, avanços tecnológicos, exclusão, etc.), exigindo do profissional novas
formas de intervenção profissional. Esses entendimentos, que se destacam, aproximamse
da compreensão do processo de trabalho do Assistente Social na medida em que cria
novos valores de uso, pois, “no processo de trabalho, a atividade do homem consegue,
valendo-se do instrumento correspondente, transformar o objeto sobre o qual versa o
trabalho, de acordo com o fim perseguido” (Iamamoto, 2000, p. 53).


Porém, essas concepções entram em contradição na medida em que a maioria dos
profissionais também considera sua ação limitada nas políticas sociais que definem os
recursos e o tipo de informação a oferecer aos usuários; em conseqüência, define os
limites e as condições do trabalho profissional.
Essa contradição se torna um desafio posto à profissão, que luta pela garantia de
direitos e para a emancipação dos usuários sob o prisma do contexto social, político,
econômico e das transformações societárias. ( ...)


Consulte e Comente