quinta-feira, dezembro 02, 2010

Arrastão na Cova da Moura Lisboa/Amadora

O Observatório de Favelas e o Morro do Santa Marta Brasil

Favela - 14/10/2009 16:07

Vigilância no Santa Marta

Por Marianna Araujo


Na noite de ontem, dia 13 de outubro, 15 moradores do morro Santa Marta se reuniram na sede do Grupo Eco, organização que atua na comunidade há 32 anos. O objetivo da reunião era dar continuidade ao debate que teve início na semana anterior e foi motivado pela instalação de câmeras de segurança na favela. A colocação de câmeras, no entanto, não é a única preocupação dos moradores nos últimos meses. Os relatos, ainda no começo do encontro, demonstraram as muitas questões que vêm provocando a mobilização daqueles que moram no morro.
A instalação de câmeras, assim como a construção de um muro que cerca o Santa Marta e o projeto que levou a rede de internet sem fio gratuita para a comunidade, faz parte de um conjunto de ações que vêm acontecendo no morro. A comunidade está ocupada por forças policiais desde novembro de 2008 e foi a primeira favela a experimentar o modelo de intervenção proposto pela atual gestão do governo do Estado, a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Nessa proposta, à ocupação da polícia somam-se outras ações do poder público de caráter social e de infraestrutura. Por isso tantas mudanças em um curto espaço de tempo. A conhecida favela de Botafogo vem funcionando como uma espécie de laboratório para políticas públicas, como definiu Itamar Silva, morador do Santa Marta.



Ausência de debate com a comunidade

Itamar era um dos presentes na reunião de ontem. Ele é coordenador do Grupo Eco e uma liderança local conhecida por sua longa trajetória na luta pelos direitos dos moradores de espaços populares. Itamar deu início ao encontro ressaltando que a repercussão da última reunião foi positiva e que o texto produzido pelo coletivo que estava presente, uma espécie de manifesto, circulou pela cidade, merecendo, inclusive, espaço na imprensa. No entanto, ele ponderou que apesar disso ainda há setores da sociedade que reagem negativamente aos questionamentos dos moradores. “Há uma carga grande quando nos manifestamos, porque tem gente que acha que isso é defender os traficantes”, explica ele, enfatizando que a mobilização entre os moradores não significa que desaprovam a ocupação policial e as demais ações do Estado. “Nós estamos batalhando pelo direito de debater e de decidir também o que é melhor para a comunidade”, conclui.



A fala inicial de Itamar deu o tom da reunião. As nove câmeras de segurança já estão instaladas e o governo do Estado não dá sinais de que haja alguma possibilidade de se debater sobre elas, muito menos de serem removidas, ainda que uma parcela dos moradores questione a presença delas pelas vias do morro. É o caso de Dorlene Meireles, que diz que não se sente protegida pelas câmeras. “Me sinto, na verdade, vigiada. Em um condomínio as imagens vão para a central do condomínio. Aqui, o morador é filmado o dia todo e isso acaba na Secretaria de Segurança Pública”, afirma. Dorlene sabe da inviabilidade da retirada das câmeras, mas explica que “ainda que estejam dizendo que não adianta, nós não podemos ficar desmobilizados, porque isso é um conjunto de coisas, não é só a câmera”.



Falta de liberdade

O desafio que está colocado para os moradores do Santa Marta, hoje, não são as ações isoladas, mas o conjunto de iniciativas do poder público e os impactos que elas causam na comunidade. A fala de Dorlene resume esse cenário. Para ela e o coletivo que vem se reunindo no Grupo Eco, ainda que não seja possível desfazer certas ações, a mobilização é fundamental na perspectiva de influenciar projetos futuros e fazer ecoar as consequências da intervenção do Estado. “É importante mostrar que temos opinião e que nos incomoda a forma como certas coisas são feitas. Cada ponto que ficamos sem discutir, ficamos mais enfraquecidos”, afirmou Itamar Silva, enfatizando a importância da organização popular. Ele prosseguiu levantando uma outra questão, mais recente, que atinge diretamente alguns moradores. Trata-se dos apartamentos construídos para alguns deles e que possuem apenas 32m2. “Foi o muro e parecia que não afetava ninguém. As câmeras e também deixamos passar. O morador só vai se dar conta quando ele mudar para o apartamento e não conseguir pagar a conta de luz de uma casa tão pequena que não acomoda seus filhos e depois seus netos”, conclui o coordenador no Grupo Eco.



A ocupação do Santa Marta está há alguns dias de completar um ano. Muitas foram as mudanças implementadas no morro, algumas delas fáceis de perceber, como a presença ostensiva da polícia ou a pintura das fachadas que são vistas da Rua São Clemente. Basta uma caminhada pela favela para notar que a maioria das casas nunca foi pintada. Não é difícil notar também que a participação popular neste conjunto de transformações é quase nula e é essa a principal motivação para a mobilização dos moradores.



Dorlene Meireles, moradora do Santa Marta e uma das integrantes do coletivo que tem se reunido no Grupo Eco“Como pode uma pessoa que vem de fora dizer o que é melhor para minha comunidade?”, questiona Simone Lopes, moradora do Santa Marta. A preocupação de Simone parece ser comum entre muitos de seus vizinhos que assistem sem entender às intervenções diárias no local onde vivem. “Tem muita coisa que a gente descobre pela imprensa ou quando sai de casa e dá de cara”, conta ela. Outro ponto colocado pelos moradores é a forma como os recursos para as obras são direcionados. “Há tantas coisas para se fazer, tantos barracos aí com essa chuva e gastam dinheiro com câmeras?”, indaga Dorlene.



Participação da comunidade

É no intuito de tentar interferir esse processo que o coletivo de moradores vem se reunindo no Grupo Eco. “Nós queremos que o governo venha a público e diga qual o projeto de urbanização do Santa Marta. Porque havia um, que foi debatido com moradores e aprovado, mas que não está sendo seguido. Nós queremos conversar, saber o que vai acontecer e dar nossa opinião”, explica Itamar Silva.



No encontro de ontem algumas questões que se mostram como urgentes foram colocadas pelos presentes, demonstrando a importância de se ouvir os moradores ao realizar intervenções do gênero daquelas que vêm ocorrendo no morro. Muitos falaram, por exemplo, da precariedade na iluminação dos becos e vielas. A presença do policiamento fortemente armado e o constrangimento causado pela abordagem policial em muitas situações também foi lembrado. Simone, novamente se questionou: “é difícil de entender, não temos mais traficante armado na rua, mas a polícia está aí de fuzil o tempo todo. E as crianças? E o respeito ao morador?”. Para Sônia, que teve um sobrinho agredido por um policial, “tem muita coisa acontecendo, mas as pessoas têm medo de denunciar”.



O grupo concluiu a reunião com a decisão de encaminhar uma carta aos gestores estaduais e municipais propondo uma assembléia no Santa Marta onde seja apresentado o projeto completo de urbanização da comunidade. A intenção dos moradores é poder emitir opiniões sobre essas ações e juntamente com o poder público buscar as melhores soluções para suas demandas.



ONGs do Alemão propõem Ações Sociais em Conjunto com Governo (Complexo do Alemão Rio de Janeiro)

ONGs têm propostas em áreas como cultura, saúde e segurança Após a ocupação do Complexo do Alemão pelo Estado, entidades ligadas a favelas e representantes de ONGs locais dizem que a atenção trazida pela mídia à área é bem-vinda, mas que o desenvolvimento local deve ser pensado em conjunto com a comunidade.
Na terça-feira, instituições comunitárias que atuam nas favelas publicaram uma nota pública propondo uma agenda socioambiental "para além da ocupação militar".

Elas receberão grupos do governo nesta quinta-feira para uma reunião onde serão discutidas propostas de ações coletivas em áreas como saúde, cultura, mobilidade urbana, assistência social e segurança.

Alan Brum, morador da comunidade e coordenador-geral da ONG Raízes em Movimento, é um dos organizadores das reuniões que começaram logo após a ocupação militar para articular uma ação social coletiva.
Para ele, as ONGs que atuam no Alemão "são instituições sociais que não aparecem na mídia, mas algumas estão há dez anos trabalhando no complexo e acompanhando o desenvolvimento há muitos anos".
"Estamos construindo uma agenda positiva, para que a gente possa dialogar com o poder público e atuar de forma articulada, e não individualizada", diz ele.
"Ainda não dá para ser otimista. Temos que definir os próximos passos para ter esperança numa mudança efetiva, porque neste primeiro momento não se transformou nada no Complexo do Alemão. Ninguém faz mudança com varinha de condão." Mutirões No dia após a ocupação do Complexo do Alemão, a prefeitura do Rio anunciou uma "invasão de serviços". Foram organizados mutirões de limpeza e conservação e deslocados agentes de saúde e assistentes sociais para o conjunto de favelas.



Raquel Willadino, coordenadora de direitos humanos do Observatório de Favelas, considera fundamental a entrada do Estado e a retomada do controle do território. Mas diz que é importante não pensar numa lógica segundo a qual "a entrada do Estado está libertando os moradores da favela".

"Esse processo precisa ser feito de forma dialogada e sensível às demandas e proposições colocadas pelos moradores e as iniciativas que existiam lá antes", ressalta a psicóloga. "No Alemão não havia só criminalidade e atividades ilícitas. Uma série de organizações estava desenvolvendo ações naquele conjunto de favelas".
Além das instituições do Alemão, outras ONGs da cidade estão se mobilizando. Celso Athayde, produtor, escritor e um dos fundadores da Central Única das Favelas (Cufa), e José Junior, do Afroreggae, marcaram uma reunião com líderes de associações de moradores da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão.

De acordo com Athayde, a proposta é criar um fórum permanente entre os complexos (da Penha e do Alemão) e incentivá-los a serem protagonistas deste "momento histórico".

"Com os holofotes no Alemão, estamos diante de grandes oportunidades. O momento é de a favela se organizar para não se frustrar. Só existe uma forma de fazer uma revolução no complexo, que é envolver as pessoas que estão sofrendo todo esse impacto como protagonistas. Do contrário, as autoridades vão ficar por um tempo, mas depois a atenção vai para outro lugar. E vai continuar o processo de desgraça, porque ele se instala muito mais rapidamente que o de construção." Segundo Athayde, muitas fábricas ao redor do complexo foram fechadas por causa da violência e agora vão reabrir. "A comunidade tem que aproveitar esse momento, mas também tem que aprender a conhecer seus direitos e saber o que pode reivindicar. É preciso construir um senso crítico para saber lidar com as alternativas que o Estado e a Prefeitura estão apresentando. Não queremos que a favela se transforme apenas num lugar para safáris exóticos para gringos e pessoas do asfalto", diz.



Choques na convivência Para Athayde, a ação do Estado foi "perfeita, irretocável" na operação que ocupou o Alemão no domingo. Pelo menos até o domingo à noite, diz. "Aí começou a relação direta entre a polícia e a favela, aquela relação antiga que conhecemos. É ingênuo pensar que um policial vai entrar na casa de um trabalhador e ficar diante de suas posses sem pegar coisas. Vai pegar e está pegando. Hoje à noite vai pegar de novo", diz ele, que conta ter recebido relatos de furtos, policiais arrombando portas, quebrando "pia, armários, tudo".



Segundo Raquel Willadino, casos de furtos e moradores apreensivos para sair de suas casas também chegaram ao Observatório de Favelas. "Recebemos desde relatos de policiais que estão entrando de forma bastante educada, com abordagem respeitosa, a relatos de pessoas que tiveram suas residências arrombadas, as portas quebradas e estão muito apreensivas." Diante de denúncias, o governador Sérgio Cabral afirmou terça-feira que "desvios de condutas não serão tolerados" e que os casos serão investigados para que recebam punição exemplar. O secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, disse que os policiais serão punidos quando irregularidades forem comprovadas, e que as famílias poderão ser ressarcidas.



"Mas precisamos de denúncias sérias. Se só levantar a bola e não provar, vamos ficar no achismo, no denuncismo", disse na terça-feira.



Ao longo da terça-feira, 41 denúncias foram feitas na ouvidoria instalada pelo governo no 16º Batalhão da Polícia Militar, em Olaria, e num ônibus de atendimento da Defensoria Pública que está a postos no Alemão. Mas Athayde diz que muitos não denunciam por medo. "Eles sabem que de noite só estarão eles e o algoz", diz.



Liberdades Itamar Silva, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), diz que a tensão no encontro entre a comunidade e a polícia pode aparecer também em situações corriqueiras do dia-a-dia.



"Temos que acompanhar como a polícia vai lidar com a vida que sempre aconteceu ali. Se uma festa vai pela madrugada, como vão lidar com isso? Será que vai ter toque de recolher?", pergunta-se ele, que é morador da favela Santa Marta e preside nela a ONG Grupo Eco.



Silva ressalta que a dinâmica social dessas comunidades "precisa respirar, se manifestar", e que a cidadania pressupõe liberdades de se manifestar contra e a favor.



"É preciso ter muita tranquilidade para garantir que tudo o que aconteceu foi realmente para garantir a democracia e a liberdade naquele território, e não para trocar um controle pelo outro", afirma.



Ele conta que mesmo favelas que receberam Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) - como o Cantagalo, o Borel e o Santa Marta, onde mora - passaram por um atrito entre a polícia e as manifestações culturais cotidianas. "No Complexo do Alemão, esse apelo vai ser ainda mais forte com o controle do território", considera.

45 millones de pobres en los Estados Unidos, 1 estadounidense de cada 7 bajo el umbral de la pobreza.


Original francés artículo : 45 millions de pauvres aux Etats-Unis, 1 états-unien sur 7 sous le seuil de pauvreté

By Tom Mellen


45 millones de pobres en los Estados Unidos, 1 estadounidense de cada 7 bajo el umbral de la pobreza.




El número de personas en los Estados Unidos atrapadas en la pobreza está conociendo una cifra record, junto con las tasas de personas en edad de trabajar pobres se acerca a los niveles de los años 1960 que llevaron a Lyndon Jonhson a lanzar su guerra contra la pobreza.




Las cifras del censo de 2009, la recesión ha hundido el primer año de la presidencia de Obama, están a punto de ser publicadas la semana próxima y los demógrafos esperan conclusiones sombrías.



Se espera que los datos actualicen el impacto negativo a largo plazo las políticas neoliberales del ex presidente George W. Bush.



Esto llega en un mal momento para el presidente Obama y para su partido justo siete semanas antes de unas importantes elecciones donde está en juego el control del Congreso.



La subida anticipada de la tasa de pobreza, del 13,2% al 15%, podría ser un nuevo y duro golpe para los Demócratas que luchan para persuadir a los electores y mantenerse en el poder a pesar del alto nivel de desempleo.



El viernes, Obama declaró durante una conferencia de prensa en la Casa Blanca que “el mayor esfuerzo que se puede hacer contra la pobreza es hacer crecer la economía y garantizar de esta forma que se generen empleos”.



Reiteró su compromiso en ayudar a los trabajadores y trabajadoras pobres para alcanzar un estatus de “clase media”, es decir un nivel de vida decente, y afirmó : “si podemos hacer crecer nuestra economía a mayor ritmo y crear más empleos, entonces todo el mundo será arrastrado en un círculo virtuoso”.



A través de las entrevistas con seis demógrafos que siguen de cerca la evolución de la pobreza surge un consenso bastante amplio en el hecho de que las cifras de 2009 deberían señalar una alza significativa de tasa de pobreza que oscilaría en el futuro entre el 14,7% y el 15%.



Si estas estimaciones, se revelasen exactas, cerca de 45 millones de personas en este país, es decir más de una persona de cada siete, eran pobres el año pasado.



Eso sería el mayor aumento de la pobreza en un sólo año desde que el gobierno comenzó a calcular las cifras de pobreza en 1959.



Entre la población en edad de trabajar de los 18 a los 64 años, los demógrafos esperan tasas que superen el 12,34% frente al 11,7% actual.



Esto sería el máximo desde, al menos 1965, cuando otro presidente Demócrata, Lyndon Johnson, lanzó la guerra contra la pobreza que amplió el papel del gobierno federal con programas de ayudas sociales, desde la educación a más coberturas sociales.



Antes de que sus sucesores comenzasen a desmantelarlo, este programa progresista permitió reducir el porcentaje de ciudadanos estadounidenses negros por debajo del umbral de pobreza, del 55% en 1960 al 27% en 1968.



Elise Gould, economista del think tank “Economic policy Institute”, ha declarado : “La gran recesión elevará a buen seguro la tasa de pobreza entre las personas en edad de trabajar a su nivel máximo desde hace 50 años, lo que significa que es el momento más oportuno para lanzar una nueva campaña contra la pobreza”



fuente : Solidarité Internationale PCF / Morning Star

O Tratamento dos Indios no Chile e a Memória Social