sábado, dezembro 05, 2009

Memoria Social Chilenos Dizem Adeus a Vicor Jara

Con la emoción a flor de piel, como si hubiese fallecido ayer, cientos de personas han concurrido desde el jueves al velatorio que no pudo tener hace 36 años el cantautor Víctor Jara, torturado y asesinado por los militares golpistas mientras estaba prisionero. Hoy será sepultado, acompañado por el pueblo, en un cortejo que marchará hasta el cementerio, como probablemente habría querido él, un hombre de humilde origen campesino, que fue director teatral y cuyas canciones como El cigarrito y Te recuerdo Amanda ya son universales.

La presidenta Michelle Bachelet, acompañada por la viuda del cantautor, Joan Turner, hizo guardia ayer junto al ataúd donde están los restos de Jara, devueltos a la familia después de haber sido exhumados en junio -su esposa tuvo que enterrarlo el 18 de septiembre de 1973 de forma clandestina con la ayuda de dos personas- y analizados por un equipo forense, que confirmó su muerte por múltiples disparos.
"Se ha demorado nuestro país 36 años en devolverle a Chile y a su familia este Víctor que es nuestro, que es de todos nosotros, y yo creo que éste es el mejor homenaje que le podemos rendir. Víctor vive en el corazón de su pueblo", afirmó ayer Bachelet. Para la viuda, "éste no es un funeral normal, es un acto de amor y duelo por todos nuestros muertos, y también la celebración de la vida de Víctor y de todos ellos también".

Al velatorio junto al ataúd en la Fundación Víctor Jara han ido actores, directores de teatro y cine, modestos grupos musicales de barriadas periféricas, cantantes populares que interpretan por algunas monedas en los autobuses del transporte urbano, músicos, ex prisioneros políticos, admiradores y militantes.

El Comité Central del Partido Comunista, en el que Jara militó, fue hasta el local y cantó La internacional. "Ha llegado el momento en que Chile le cante a Víctor Jara", sostuvo el presidente de este partido, Guillermo Taller.

Una gran foto de un Jara sonriente en blanco y negro preside el lugar. En la plaza contigua, algunos interpretan canciones en un escenario, mientras bailarinas danzan en las veredas. Las directivas de las agrupaciones de víctimas de la dictadura hicieron guardia junto al ataúd y al salir recordaron que la muerte del cantante todavía sigue en la impunidad y sus asesinos están en libertad.

Por la noche, grupos de personas encendieron velas en las calles en recuerdo del cantautor. "La herida no se cierra mientras no haya verdad", afirmó Jorge Colon, integrante del grupo Inti Alimaña, que tocó con Jara.



http://www.elpais.com/articulo/internacional/chilenos/dicen/adios/cantautor/36/anos/despues/elpepiint/20091205elpepiint

terça-feira, dezembro 01, 2009

Ces Convoca concursos para bolseiros

Contratação de bolseiros de investigação para os seguintes projectos:


> Crises, gestão de risco e novos arranjos sócio-ecológicos para florestas: uma
perspectiva dos estudos sobre ciência e tecnologia
Candidaturas até 15 de Dezembro de 2009

Quem são os nossos magistrados? Caracterização profissional dos juízes e
magistrados do Ministério Público em Portugal
Candidaturas até 15 de Dezembro de 2009

http://www.ces.uc.pt/oportunidades/

segunda-feira, novembro 30, 2009

Carta de José Saramago para Aminetu Haidar, Activista Saharaui




José Saramago escreveu uma carta à Aminetu Haidar activista saharaui dos Direitos Humanos há 10 dias em greve da fome no Aeroporto de Lanzarote, depois de ter sido expulsa por Marrocos quando tentava entrar em Aaiun, capital do Sahara ocupado.Presa ao início da tarde sexta-feira, dia 13 de Novembro, no Aeroporto de El Aaiun, capital do Sahara Ocidental ocupado, quando descia do avião oriundo proveniente das Canárias, Aminetu Haidar foi detida durante horas pelas forças de segurança marroquinas após o que foi expulsa para Lanzarote, não sem que antes as forças policiais lhe tivessem apreendido passaporte, telemóvel e alguns dos seus pertences. Argumento das autoridades de ocupação: o facto da detida se recusar a declarar-se «marroquina» quando chegou ao aeroporto da sua cidade natal e onde reside junto com a sua família e os seus dois filhos.
Carta de José Saramago a Aminetu Haidar

Se estivesse em Lanzarote, estaria contigo.

Não porque seja um militante separatista, como te definiu o embaixador de Marrocos, mas precisamente pelo contrário. Acredito que o planeta a todos pertence e todos temos o direito ao nosso espaço para poder viver em harmonia. Creio que os separatistas são todos aqueles que separam as pessoas da sua aterra, as expulsam, que procuram desenraizá-las para que, tornando-se algo distinto do que são, eles possa alcançar mais poder e os que combatem percam a sua auto-estima e acabem por ser tragados pela irracionalidade.
Marrocos em relação ao Sahara transgride tudo aquilo que são as normas de boa conduta. Desprezar os Saharauis é a demonstração de que a Carta dos Direitos Humanos não esta enraizada na sociedade marroquina, que não se rebela com o que se faz ao seu vizinho, e que é a prova de que Marrocos não se respeita a si próprio — quem está seguro do seu passado não necessita expropriar quem lhe está próximo para expressar uma grandeza que ninguém jamais reconhecerá. Porque se o poder de Marrocos alguma vez acabasse por vergar os saharauis, esse pais admirável por muitas e muitas coisas, teria obtido a mais triste vitoria, uma vitoria sem honra, nem gloria, erguida sobre a vida e os sonhos de tanta gente, que apenas quer viver em paz na sua terra, em convivência com os seus vizinhos para que, em conjunto, possam fazer desse continente uma lugar mais feliz e habitável.

Querida Aminetu Haidar,

Dás um exemplo valioso em que todas as pessoas e todo o mundo se reconhecem. Não ponhas em risco a tua vida porque tens pela frente muitas batalhas e para elas és necessária. Os teus amigos, e os amigos do teu povo, defender-te-mos em todos os foros que forem necessários.

Ao Governo de Espanha pedimos sensibilidade. Para contigo, e para com o teu povo. Sabemos que as relações internacionais são muito complexas, mas há muito anos que foi abolida a escravidão tanto para as pessoas como para os povos. Não se trata de humanitarismo, as resoluções das Nações Unidas, o Direito Internacional e o senso comum estão do lado certo, e em Marrocos e em Espanha disso se sabe.

Deixemos que Aminetu regresse a sua casa com o reconhecimento do seu valor, à luz do dia, porque são pessoas como ela que dão personalidade ao nosso tempo e sem Aminetu todos, seguramente, seriamos mais pobres
Aminetu não tem um problema. Um problema tem seguramente Marrocos. E pode resolvê-lo… terá que resolvê-lo. Não se trata apenas de um problema de uma mulher corajosa e frágil, mas sim o de todo um povo que não se rende já que não entende nem a irracionalidade nem a voracidade expansionista, que caracterizavam outros tempos e outros graus de civilização.

Um abraço muito forte, querida Aminetu Haidar

José Saramago