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Este Blogue tem como objectivo divulgar o Serviço Social Português (SSP) e aceita colaborações e iniciativas escritas, notícias e fotografias dos profissionais e estudantes de Serviço Social de qualquer canto do mundo.
quinta-feira, novembro 30, 2006
quarta-feira, novembro 29, 2006
terça-feira, novembro 28, 2006
16 Dias de Activismo pelo Fim da Violencia Cress informa
Campanha dos 16 dias já soma 16 anos de conquistas
Criada pelo Centro para a Liderança Global das Mulheres (Center for Women´s Global Leadership), a Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres” chega ao seu 16º ano tendo como lema, no Brasil, “16 anos de campanha: assuma essa luta”. Realizada simultaneamente em 130 países entre os dias 25 de novembro – Dia Internacional da Não-violência contra a Mulher – e 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos –, a campanha objetiva alertar a população para a violência física, moral e psíquica praticada contra a mulher.
Formando uma grande rede de parcerias que inclui articulações nacionais de mulheres e direitos humanos, órgãos governamentais federais e estaduais, do legislativo, empresas privadas e agências da ONU, a campanha tem este ano uma motivação a mais para comemorar seus resultados, que foi a promulgação da Lei Nº 11.340, ou Lei Maria da Penha, sancionada dia 7 de agosto último, que, entre outros mecanismos de proteção, coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Programação 2006
29/11 – 8:00 hs– Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres
Local: Comunidade Paraisópolis
Promoção: Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis (PECP).
Parcerias: Pró-Mulher, Família e Cidadania; Rede Feminista de Saúde; AGENDE; Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento; Comitê Latino Americano e do Caribe para Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem); Laço Branco – Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher/Brasil.Mais informações: No Auditório da Comunidade, discussão sobre a Lei Maria da Penha com Valéria Pandjiarjian, advogada feminista, consultora em gênero e direitos humanos – Comitê Latino Americano e do Caribe para Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem)
29/11 – 14:00 hs
Local: Casa Eliane de GrammontPromoção: Alunos do curso de Naturologia da Universidade Anhembi/Morumbi
Mais Informações: Dançando pela Paz – Danças Circulares Sagradas;aberto a mulheres em geral
01/12 - 9:00 hs
Local: Casa Eliane de Grammont
Mais Informações: Vídeo, debate, distribuição de preservativos.
Mulher, violência de gênero e AidsParticipantes dos grupos de reflexão
01/12 – 18:00 hs – Oficina: Conversa de Homens para Homens
Local: Comunidade Paraisópolis
Promoção: Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis (PECP)Parcerias: Pró-Mulher Família e Cidadania; Rede Feminista de Saúde; AGENDE Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento; Comitê Latino Americano e do Caribe para Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem); Laço Branco – Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher/Brasil.
Mais informações: no Auditório da Comunidade, com Sérgio Barbosa – filósofo, especialista em sexualidade e violência, membro da Rede de Homens pela Eqüidade de Gênero (RHEG) e representante da Organização Pró-Mulher e do Comitê Nacional da Campanha do Laço Branco
04/12 – 10:00 hs – HPV
Local: Casa Ser Promoção: Prefeitura da Cidade de São PauloMais informações: Oficina HPV e relação de gênero
05/12 – 9:00 às 18:00 hs – “Tecendo a Rede de Cuidados no Enfrentamento da Violência Doméstica e Sexual”
Local: Auditório Ed. Matarazzo, 7º andar – Viaduto do Chá, nº 15, Centro de SP
Promoção: Coordenadoria da MulherMais informações: Seminário “Tecendo a Rede de Cuidados no Enfrentamento da Violência Doméstica e Sexual”
05/12 – 10:00 hsLocal:
Casa Eliane de Grammont
Mais Informações: Conversando com a advogada dra. Mercedes – Mudanças com a Lei Maria da PenhaUsuárias da Casa Eliane e interessados em geral
06/12 – 09:00 hs – Resultado de Papanicolau
Local: Casa SeR
Promoção: Prefeitura da Cidade de São PauloMais informações: Grupo de Resultado de Papanicolau – Discussão, orientação, tratamento e encaminhamentos necessários frente ao resultado do exame
06/12 – 14:00 hs – Vivência de Tai Chi Chuan – Henri Mori
Local: Casa Eliane de Grammont
Mais Informações: Palestra sobre Qualidade de Vida, relações interpessoais e auto-estima com o prof Antonio Maria Acosta
Aberto a mulheres em geral
06/12/2006 – 19:00 hs – Campanha do Laço Branco – Torneio Masculino de Futebol
Local: Comunidade Paraisópolis
Promoção: Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis (PECP)
Parcerias – Pró-Mulher, Família e Cidadania, Rede Feminista de Saúde, AGENDE Ações em Gênero Cidadania e Desenvolvimento, Cladem, Laço Branco – Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher/Brasil
Mais informações: Na Quadra da Comunidade, com a presença de Sérgio Barbosa – filósofo, especialista em sexualidade e violência, membro da Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG) e representante da Organização Pró-Mulher e do Comitê Nacional da Campanha do Laço Branco
Clique aqui para acessar o calendário de eventos na íntegra.
Se deseja ser excluído da nossa lista, responda para eloyr@cress-sp.org.br, informando o seu e-mail, com o assunto "Remover".
Visite nosso site www.cress-sp.org.br
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* encontrei sta bela foto na net, não sei se corresponde a qualquer violencia, apenas serve para expor a notícia
segunda-feira, novembro 27, 2006
Curso da AIDSS Intervenção Social Para a Inclusão Social
A.I.D.S.S. - ASSOCIAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO
E DEBATE EM SERVIÇO
SOCIAL
CURSO:INTERVENÇÃO PARA A INCLUSÃO SOCIAL
= Módulo I: Instrumentos para Inclusão Social
NOTA INTRODUTÓRIA:Após o Conselho Europeu de Nice, no qual foi aprovado o processo Europeu de Inclusão Social, cada Estado membro produziu dois Planos Nacionais de Acção para Inclusão.
Na procura de se compreender os objectivos e o âmbito do PNAI português, a AIDSS organizou este curso composto por três módulos:
I- Perspectivas sobre a inclusão social, que aborda o tema na sua generalidade
II- Protecção de Menores, por ser uma das áreas mais sensíveis da intervenção social e que coloca aos profissionais os problemas mais delicados.
III- Intervenção Social em Contexto Autárquico, uma vez que as Autarquias têm sido das Instituições que mais têm ampliado a sua intervenção na questão social, mercê do alargamento das suas competências por parte do poder central.
Com este curso, a A.I.D.S.S. pretende debater analisar a inclusão social no seu contexto geral e nas suas áreas mais sensíveis e inovadoras, procurando propiciar aos profissionais uma informação mais detalhada e completa sobre o enquadramento nacional para a inclusão social.
Duração: 10 horasDatas: 9 de Dezembro e Janeiro em datas a indicarHorário:
9.30H - 13.30H
Destinatários: Licenciados na área das Ciências Sociais e Humanas, ou estudante num desses cursos.
Formador: Professora Doutora Fernanda Rodrigues Coordenadora do PNAI e Presidente da APSS)
Local: Sede da AIDSS Rua Antero de Quental nº241 sala 14 4050 PORTO
Informações e Inscrições:Telefax - 225093289
Correio electrónico: aidss@clix.pt
Preços: Sócios - 50 euros Estudantes - 55 euros Profissionais - 65 euros
INSCREVA-SE, INFORME-SE, GARANTA A SUA PRESENÇA!
*A pintura exposta é obra de uma assistente social de nome Gema Lobos
domingo, novembro 26, 2006
Serviço Social e Movimento Anti-Manicomial
MOVIMENTO NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL
“POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS”
REPÚDIO ÀS MANIFESTAÇÕES CONTRA A REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial vem por meio desta manifestar-se para reiterar seu compromisso com a defesa da Reforma Psiquiátrica Brasileira.
REPÚDIO ÀS MANIFESTAÇÕES CONTRA A REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
O Movimento Nacional da Luta Antimanicomial vem por meio desta manifestar-se para reiterar seu compromisso com a defesa da Reforma Psiquiátrica Brasileira.
Como é de amplo conhecimento, o processo de Reforma Psiquiátrica implantou uma mudança do modelo de tratamento, pois no lugar do isolamento preconiza “o convívio na família e na comunidade”. O acesso da população aos serviços e o respeito a seus direitos e liberdade são garantidos através desta significativa mudança do atendimento público em Saúde Mental, que passou a ser executado tanto em uma série de novos equipamentos assistenciais (CAPS, Residências Terapêuticas, etc) como em outros pré-existentes (ambulatórios, hospitais, etc.) que, no entanto, passaram a operar em conformidade ao novo modelo.
Recentemente, porém, com a implantação do Núcleo Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental, através de uma parceria entre a Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, alguns representantes de setores como a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Federação Brasileira de Hospitais e os Conselhos de Medicina têm se manifestado publicamente contra a constituição do dito Núcleo e contra a Reforma Psiquiátrica em geral.
Por exemplo, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), Dr. Paulo César Geraldes, na edição do jornal desta entidade, em maio de 2006, afirmou que “a loucura é a maior das tragédias de que um ser humano pode ser vítima” e que esta realidade “está bem distante da mentira antimanicomial”. Diante da loucura acaba “a possibilidade de usufruir do mundo todas as nuances, a capacidade de expandir ao máximo suas potencialidades como indivíduo e como ser pensante e criativo”, encerrar-se-ia no psicótico “a capacidade de se autodeterminar, de ser livre, de expressar de modo completo e cabal a sua vontade e de guiar os seus fatos conforme os seus desejos”. Conclui que “aqueles que a elogiam e a engrandecem (a loucura) ou são ingênuos, ou são insensíveis ou estúpidos ou, então, dela querem se aproveitar de algum modo, caso do chamado Movimento Antimanicomial”.
Pensamento como este fundamenta a defesa da manutenção dos manicômios, na medida em que só se vislumbra a desesperança, a exclusão, a invisibilidade dentro de instituições psiquiátricas super lotadas, a desqualificação e a inabilidade para o convívio social, a anulação da subjetividade.
Esta tentativa de restringir a loucura ao campo da medicina está presente em matéria no jornal O Globo (Caderno Opinião, página 07, 20/07/2006), em que o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Dr. Josimar França, na crítica ao processo de “desospitalização” implantado pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, afirma que a “psiquiatria precisa de internações e de atendimento em centros especializados, tanto como a ortopedia e a cardiologia”. Identificando Reforma Psiquiátrica com reforma da especialidade psiquiatria, afirma que “quem precisa de reforma é o modelo assistencial, não os médicos”. Denuncia que o Programa de Saúde Mental do Ministério da Saúde “ignorou anos de pesquisa científica que atestam a internação como procedimento adequado. Em muitos casos, a única medida indicada”. Diz ainda que a Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde “não considerou que a psiquiatria, como qualquer outra especialidade médica, utiliza procedimentos com diversos graus de complexidade, desde uma simples consulta até intervenções cirúrgicas e internação” (lembramos aqui que o Movimento Antimanicomial vem denunciando o retorno das psicocirurgias, antigamente denominadas lobotomias). Atribui ainda a uma lavagem cerebral implementada pelo Movimento Antimanicomial, a resistência de familiares a internarem seus membros em crise. E por fim afirma ainda que a classe psiquiátrica, representada pela ABP, defende a necessidade urgente da promoção de campanha de esclarecimento público.
Já em um debate apresentado na televisão brasileira (Espaço Aberto, Globo News, 21:30h, 04/08/2006) entre o Presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília e o Coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, aquele denuncia que os Centros de Atenção Psicossocial/CAPS (um dos equipamentos da rede de atenção à saúde mental), contemplaram só o social e o psicológico e excluíram os médicos, o que não é verdade, numa clara demonstração de desconhecimento do modelo de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico implantado através da Reforma Psiquiátrica no Brasil.
Todas estas críticas à Reforma Psiquiátrica nos parecem oportunistas e suspeitas, pois foi a própria prática de asilamento das pessoas com transtorno mental que nos últimos dois séculos construiu o grande preconceito social em torno da loucura e impôs a internação como única saída possível para o transtorno mental. E é o Movimento Antimanicomial, inicialmente identificado como Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental (com participação de psiquiatras), que nos últimos trinta anos tem lutado pela desconstrução desse preconceito junto à sociedade e como importante ator na implantação da Reforma Psiquiátrica, conferindo às pessoas com este sofrimento o resgate de sua cidadania e a defesa de seus direitos humanos. Ao criticar a Reforma Psiquiátrica esta parcela da classe médica parece querer evitar o questionamento de suas práticas abusivas e de sua hegemonia no campo da saúde, e em última análise do seu poderio econômico.
Nós, usuários, familiares, profissionais (inclusive psiquiatras) e estudantes do campo da saúde mental, identificados com os princípios do Movimento Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica brasileira e do Sistema Único de Saúde nos colocamos em posição diametralmente oposta a esta visão da loucura e da assistência que lhe é prestada, e defendemos o emprego de métodos diversificados para lidar com a pessoa com sofrimento mental, para além do arsenal médico.
Entendemos o sofrimento mental como fenômeno complexo indissociável da pessoa que o vivencia, buscamos abarcar e tratar integralmente nos novos serviços de saúde mental as dimensões física, psicológica, familiar, social, econômica, cultural, de direitos, cidadania, autonomia e inclusão dessa problemática, através de uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial, em equipamentos heterogêneos, com a participação ativa de usuários e familiares na construção das práticas de assistência e reabilitação. Essas práticas devem, como princípio, não cercear a liberdade dos indivíduos de ir e vir e sua participação na trama social, estimulando ao máximo o protagonismo e as potencialidades de cada um, dentro dos limites particulares e com respeito às diferenças entre os seres humanos, diferença esta a ser valorizada como fonte de riqueza e pluralidade e não desvalor e desabilidade, a ser afastada e ‘tratada’ em ‘centros especializados’ longe dos olhos da sociedade.
E ainda, diante da conjuntura relatada acima, o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, manifesta sua estranheza quanto a esta mobilização de entidades médicas, de psiquiatria e de hospitais psiquiátricos neste momento pré-eleitoral. Repudiamos a forma destrutiva e irresponsável com que vêm se referindo à Reforma Psiquiátrica Brasileira que os coloca na posição de vítimas no processo de transformação da assistência psiquiátrica em implantação no Brasil desde a década de noventa.
Esta posição, além de demonstrar um grande equívoco, desconsidera a existência de pensamentos divergentes entre os psiquiatras no país. As denúncias que estes profissionais insistem em fazer, tira a responsabilidade histórica deles próprios na existência desta realidade que está sendo transformada no campo da assistência em saúde mental. Nós, do Movimento Antimanicomial, não podemos aceitar tal postura em silêncio.
Parece-nos que estão claros os interesses políticos e de luta pelo poder de tais entidades, em detrimento de uma discussão comprometida com uma mudança efetiva na assistência em saúde mental e identificada com reconhecimento de direitos de cidadania e humanos das pessoas com sofrimento mental.
Supomos que o incômodo maior que querem reverter é o fim da hegemonia anterior do hospital psiquiátrico e a perda da exclusividade da categoria médica neste contexto. O debate está restrito aos interesses de uma corporação profissional em detrimento de um processo de discussão mais amplo. Contra esta postura, nós, do Movimento da Luta Antimanicomial, mantemos a esperança na Reforma Psiquiátrica e no SUS, a partir da visão crítica sobre suas práticas políticas e cobrando dos gestores públicos sua responsabilidade para com elas.
É importante lembrar que a maioria dos hospitais psiquiátricos ainda em funcionamento no país (aproximadamente 50.000 leitos) não são próprios do SUS, mas a ele conveniados e geradores de renda. Sua substituição por serviços abertos abala economicamente os grupos que os administram, sejam entidades lucrativas ou filantrópicas. Ainda assim, mais da metade do dinheiro público gasto com saúde mental no país é direcionado a financiar tais instituições, que mantêm como prática corrente o aviltamento dos direitos humanos daqueles a que se propõe prestar assistência – fato este verificável por todo o território nacional e que salta aos olhos de quem adentra qualquer hospital psiquiátrico.
Do outro lado da balança, temos a crescente participação de diversos atores sociais, incluindo os ditos loucos, nos espaços de controle social, capacitando-se através de cursos de formação política, de seminários e no cotidiano das lutas em associações de usuários e familiares de saúde mental, conselhos municipais, estaduais, nacional de saúde. Encontramos uma rede de serviços aberta, ampla e heterogênea, descentralizada, em fase de implantação e com poucos recursos, que vêm crescendo paulatinamente, pois depende da reversão de verbas do hospital psiquiátrico para sua efetivação.
Temos a clareza política e ideológica que há muito que se feito. A rede substitutiva de assistência em saúde mental ainda é pequena e frágil. O campo de formação profissional na área da saúde aos poucos revê o processo de aprendizado dos futuros profissionais e começa timidamente a incluir na sua grade curricular as discussões que envolvem as políticas públicas, especificamente o SUS.
O que de fato defendemos hoje, é a criação de redes que funcionem dentro de uma lógica verdadeiramente antimanicomial, ou seja, que cuidem, amparem, interliguem, ponham em comunicação. Ou seja, redes que não reduzam a pessoa ao objeto doença, não isolam, não excluam, ao contrário ponham em movimento as invenções aí dadas, avançando, principalmente nos campos social, jurídico e dos direitos humanos.
Exigimos nossa participação e de tantos outros movimentos e setores sociais, voltados para o trabalho de base, do dia-a-dia, no debate e interferência permanente ligados à elaboração, gestão e promoção de políticas públicas que possam fazer avançar a Reforma Sanitária no país e, dentro dela, a Reforma Psiquiátrica brasileira, visto que a história de transformações na saúde mental, assim, como vários processos da vida de modo geral, não são fatos dados, mas construídos no cotidiano das lutas de muitos.
Agosto de 2006
Assistentes Sociais ...Mulheres Rebeldes em Dicionário
A nossa amiga investigadora feminista, Ana Barradas, acaba de publicar uma obra essencial de consulta: Dicionário de Mulheres Rebeldes, Ela Por Ela, Lisboa,2006
Dando Continuidade ao seu trabalho de anos na imprensa operária e de ensaios e conferências, nos apresenta uma obra cuidada e com vigor, na sequência da sua anterior obra Dicionário Incompleto de Mulheres Rebeldes.
Como ela afirma na sua introdução:
"Sendo a historiografia essencialmente tecida em volta dos feitos dos dominadores, as obras de referência que circulam limitam-se a consagraras figuras femininas "politicamente correctas", complementares da acção dos homens. Pouco se conhece do que foi a busca da emancipação das mulheres fora do quadro dominante (como acontece com a história de todos os escravos, párias, trânsfugas e oprimidos, o que não deixa de ser sintoma da relação de inferioridade em que, tal como eles, desde há muito se encontra o género dito mais fraco).
Nesta selecção que agora se apresenta transparece pois como critério fundamental o intuito de celebrar o desejo de revolta, o espírito pioneiro, os feitos inéditos e criativos, a dinâmica subversiva, a fuga à norma, enquadrando-os o mais possível num contexto época/, para tomar mais transparentes as causas, as motivações e os efeitos dessas atitudes quase sempre assumidas à custa de enormes doses de coragem. Mais do que o coleccionar de histórias passadas, servirá talvez de inspiração para percursos de vidas futuras...
Não se pretende pois enaltecer imperatrizes, cortesãs, sábias ou figuras desde há muito consagradas como "grandes mulheres" ou como "as mais famosas". Não se acharão aqui nomes como os da rainha Vitória, Catarina da Rússia ou Madame Curie, para citar apenas algumas.
Também não se busca abranger todas as épocas, todas as culturas, todos os meios sociais, todas as profissões. Muitas destas mulheres de que falo estão presentes neste livro porque me cruzei com elas, vieram em meu socorro, fizeram-me sinal, "encontrei-as" no meu caminho ao longo dos anos, umas por acaso, outras nem tanto. Entre elas há as que me surgem de forma recorrente, quase misteriosamente, como que aparições a chamar a minha atenção, como sinais do destino a marcar uma rota, a sugerir audácias. E há também aquelas que eu não conhecia e que a dado momento me foram apresentadas, dadas a conhecer ou apontadas ao longe, de passagem, por mãos amigas de homens e mulheres que, conhecendo o meu trabalho, me ajudaram generosamente a completar a "galeria das rebeldes". Algumas continuam a ocupar posições obscuras na história dos homens e nos registos que chegaram até nós, em resultado da sistemática desvalorização de tudo quanto é feminino e contra a norma vigente. Nem por isso me parecem menos dignas de nota, pelo contrário. Esse anonimato cativa-me, faz-me senti-las mais próximas, mais irmãs de todas as mulheres desconhecidas. O trabalho com estas consiste em desenterrar e articular as informações fragmentárias e dispersas e dar-lhes a coerência que merecem.
Em todas as eras e em todas as classes e ao contrário do que julgam os que medem a condição feminina pelo máximo denominador comum, as mulheres, como os escravos, os explorados e os oprimidos, sempre se manifestaram através da luta e do inconformismo. Numa abordagem mais sociológica, talvez se pudesse demonstrar que nunca deixou de existir um subsistema de ideias - quase como nas castas - próprio das mulheres quando se põem (ou são postas) à margem das normas aceites. Não será um efeito directo de qualquer insuspeita tendência criativa do sexo, mas sim um corpo de conceitos e reflexões segregado pela condição em que tem vivido, pela situação objectiva de submissão. Às vezes manifesta-se em verdadeiros tratados eruditos, como no caso da médica Trótula, que sistematizou o seu saber ginecológico para proveito de outras mulheres, ou deAntonieta Bourignon, que escreveu sobre o seu sonho da extinção de Deus e a redescoberta da androginia original. Mas também pode revelar-se num pequeno gesto, tantas vezes inconsciente, como no caso de Aurora Amigo, que aos 4 anos levava nas peúgas mensagens clandestinas de um comité de greve, ou num acto aparentemente inesperado impulsivo, como o de Louise Michel quando preferiu desistir da fuga redentora para se juntar à mãe presa.
A selecção que se segue tem lacunas evidentes, a primeira das quais é que as mulheres portuguesas estão mal representadas, por falta de material documental e porque a pesquisa exigível precisaria > mais tempo para se desenvolver de forma coerente. E também porque me parece, é preciso confessá-lo, que ao longo da história elas não se destacaram particularmente em matéria de rebeldia.
Muito enfeudadas à religião e aos costumes patriarcais, vivendo numa sociedade atrasada e periférica que nunca prezou as inovações, quase sempre caracterizada por um atavismo arreigado, por uma cultura de repressão e exclusão (não era essa a "apagada e vil tristeza"?) e por um desprezo muito generalizado pelo segundo sexo, foram raros os casos de inconformismo. Ainda está por fazer o balanço do efeito que sobre essa passividade terá tido, por exemplo, a caça às bruxas movida pela Inquisição, que foi no fundo, em grande medida, uma guerra contra as mulheres e os seus poderes de cura, de magia, de insubordinação. Curandeiras, feiticeiras, abortadeiras, "mulheres santas" e outras sacerdotisas do saber tradicional opular deviam figurar nesta antologia, mais do que a padeira de Aljubarrota, Maria da Fonte e outras figuras emblemáticas, que apenas viram o seu nome consagrado por a sua acção ter secundado, como pano de fundo, outras acções mais proeminentes, viris, políticas ou de alcance nacional, em defesa deste ou daquele interesse patriótico ou de classe. Por muito respeito que possam inspirar, essas mulheres que ouberam interpretar, mas apenas como auxiliares e fiéis executoras, as ideias-força da sua época não ao invocáveis para reforçar ideias como a capacidade de lutar pela afirmação da dignidade e identidade feminina num mundo que as espezinha."
Nesta obra muitas assistentes sociais são destacadas pelo seu esforço e trabalho e pode ser um motivo de incentivo à pesquisa na história passada e presente da nossa profissão.
A Pobreza e a Exclusão Social Como Fonte de Prazer dos Ricos... Vicios Privados Virtudes Publicas
Num post anterior reflectia sobre a hipocrisia burguesa a propósito das grandes campanhas de caridade e filantropia que estão em curso nestes tempos de natal. Juntar o prazer ( fazer subir a adrenalina) com o negócio ( leia-se bilihões) a custa dos pobres é algo que deve ser bem sublinhado. A caridade sazonal é isso..... uma barbárie.
Recentemente as agencias divulgaram notícias de que na Inglaterra existe um novo reality show "Milionários fazem-se passar por pobres" .....
"O canal britânico Channel 4 lança, a partir de Novembro, um novo «reality show», que obrigará milionários a fazerem-se passar por pobres. «Secret Millionaire» não premeia os participantes, estes é que têm de pagar para participar.
Durante dez dias, um grupo de cinco milionários é obrigado a viver na clandestinidade, realizando um serviço social ou desempenhando um trabalho de pouca qualificação em troca de um salário mínimo nas áreas mais desfavorecidas do Reino Unido.
No final, os participantes devem decidir qual das pessoas que conheceram durante a experiência merecem receber a sua doação de 40 ou 50 mil libras (entre 60 e 75 mil euros).
Um dos milionários, John Elliot, que vai trocar a sua mansão com piscina coberta por um bairro de Liverpool, terá de sobreviver com 11 libras diárias (16,5 euros).
Elliot deseja redistribuir uma parte da fortuna, avaliada em cerca de 90 milhões de euros.
«Acho que as organizações filantrópicas não fazem bem esse trabalho, uma vez que não escolhem os casos que mais merecem, mas os mais politicamente correctos», acusou.
Os produtores do programa são os mesmos do «reality show» «Troca de Esposas», que consiste no intercâmbio de esposas entre duas famílias completamente diferentes.
21-10-2006 17:09:11 "
Deixo os comentários com os visitantes.....
LONDON (Reuters) - A new reality television series will feature wealthy contestants living incognito for 10 days and then giving away up to 50,000 pounds of their own money to deserving causes.
"Secret Millionaire" is the latest offering from RDF, makers of the hugely successful "Wife Swap" programmes.
The series, commissioned by Channel 4 and due to be aired at the end of November, will feature wealthy individuals living on the breadline, either on benefits or doing menial jobs.
During their time living and working in deprived areas of the country, they will have to consider which person or group is worthy of their largesse.
Channel 4 said five programmes had been made.
To allay suspicion, local communities were told the contestants were taking part in a show about the rural poor being transposed to live as urban poor.
"Secret Millionaire" will also show whether the initial values and views of the contestants change during their time living as paupers.
Although critics of reality shows complain the format is tired and that contestants are becoming increasingly bizarre to retain viewer interest, audience figures remain strong.
A genre that was barely known before the 1990s now dominates TV schedules and has made stars of people like Jade Goody from "Big Brother" and Lizzie Bardsley from "Wife Swap."
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