SERVIÇO SOCIAL - Docente brasileiro e alemão marcaram presença
Seminário debateu qualidade de formação
Seminário debateu qualidade de formação
A criação recente de licenciaturas em Serviço Social no ensino público veio relançar de novo o debate sobre a qualidade da formação.Alcina Martins, directora da licenciatura em Serviço Social do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), disse que nos últimos anos se assistiu a um crescimento exponencial de ofertas de ensino nesta área, o que levou a “uma desregulamentação” da formação. Para a docente, “não há parâmetros e padrões de formação de referência” para as licenciaturas que já existiam no privado e as que foram criadas nos últimos anos no ensino público. Daí que é chegada a hora de “proceder a uma análise sobre esta matéria” com o objectivo de, como referiu ao DIÁRIO AS BEIRAS, “encontrar os dispositivos e a produção de documentos que venham a sustentar esse patamares de qualidade no ensino”. Para tal, a licenciatura do ISMT convidou as associações profissionais representativas dos profissionais desta área – até ao final de 2006/2007, existiam 11.811 assistentes sociais licenciados em Portugal –, de forma a se “vislumbrarem os problemas” e começar a encontrar soluções para uma profissão com altos níveis de empregabilidade. Os dados da avaliação externa, divulgados ontem num seminário realizado em Coimbra, apontam para a não existência de grandes dificuldades em encontrar emprego, mas que devido ao aparecimento de novos licenciados já começa a sentir o “drama” da oferta ser maior que a procura.As declarações de Alcina Martins foram realizadas à margem do seminário euro-brasileiro de Serviço Social intitulado “Serviço Social, Formação, Investigação, Qualidade&Desenvolvimento”, promovido pela licenciatura em Serviço Social do ISMT. Durante o dia de ontem, assinale-se a presença no auditório do Instituto Português da Juventude de José Paulo Neto, docente da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da representante da European Association of School of Social Work (EASSW), Christine Labonté-Roset, da presidente da Associação de Profissionais de Serviço Social, Fernanda Rodrigues, e do presidente do Centro Português de Investigação em História e Trabalho, Alfredo Henríquez. O seminário teve como principais objectivos analisar o desenvolvimento da formação e investigação em Serviço Social num contexto internacional, promover o debate sobre a qualidade da formação em Serviço Social, analisar a acção das organizações de Serviço Social para a regulação da formação e da profissão e estimular a cooperação e intercâmbio para a formação e investigação na área.
O ESTADO ACTUAL DA FORMAÇÃO EM
SERVIÇO SOCIAL EM PORTUGAL
Profas. Dras Alcina Martins e Rosa Tomé do ISMT com
Uma proposta de reforço da organização profissional
Questões e desafios que se colocam à formação em Serviço Social
(...)
Uma proposta de reforço da organização profissional
Questões e desafios que se colocam à formação em Serviço Social
(...)
Depois do estudo que realizámos sobre o estado actual da formação em SS é hora de colocar algumas questões e desafios a enfrentar.
1º - A Relação entre crescimento, desenvolvimento e qualidade da formação
Se esta relação, inicialmente, resultou do papel crescente do ensino universitário privado, nos últimos anos, e de forma galopante foi também assumido pelo ensino público, universitário e politécnico. Toda a trajectória da área, incluindo a adequação ao processo de Bolonha foi sendo realizada sem regulamentação. A autonomia das escolas foi quase total, não tendo existido directrizes gerais próprias da profissão para a definição dos planos de estudo.
2º - A relação formação- profissão
As profissões, como a de SS, que têm uma “missão” ético-politica de defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, não devem ficar sujeitas às contingências do mercado, e por isso têm de se propor garantir uma auto-regulamentação, quer para a formação quer para a profissão.
A expansão de diplomados com diferentes graus, tipos e duração de formação, juntamente com os problemas decorrentes das alterações do mercado de trabalho e do exercício profissional, o crescimento do desemprego, da precarização e as respectivas consequências no trabalho em prol da efectivação dos direitos das populações, tornam urgente o reforço da organização da categoria.
As organizações internacionais têm produzido documentação, veja-se o trabalho de referência da AIESS e a FIAS, em Adelaide - Austrália, 2004, relativo aos padrões globais para a educação e formação na profissão de Assistente Social.
Assim consideramos que um dos principais desafios é a formação em SS voltar de novo às prioridades da agenda das organizações profissionais.
Decorridos 2 anos, sobre a proposta no âmbito da formação em SS e Bolonha,das organizações da profissão (APSS, Sindicato Prof SS, CPIHTS, AIDSS e CISSEI) “para o estabelecimento de uma norma base de regulamentação da formação”, propomos que sejam retomados os trabalhos.
Nesse sentido, é urgente que estas organizações dinamizem a constituição de um grupo de trabalho que integre AS responsáveis pela área científica de SS de cada curso e que de forma articulada promovam o debate, definam e produzam atempadamente a documentação sobre padrões, orientações e recomendações para a qualidade da formação, a ser presente às autoridades científicas e se constitua como referência, para a avaliação e a acreditação dos cursos.
1º - A Relação entre crescimento, desenvolvimento e qualidade da formação
Se esta relação, inicialmente, resultou do papel crescente do ensino universitário privado, nos últimos anos, e de forma galopante foi também assumido pelo ensino público, universitário e politécnico. Toda a trajectória da área, incluindo a adequação ao processo de Bolonha foi sendo realizada sem regulamentação. A autonomia das escolas foi quase total, não tendo existido directrizes gerais próprias da profissão para a definição dos planos de estudo.
2º - A relação formação- profissão
As profissões, como a de SS, que têm uma “missão” ético-politica de defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, não devem ficar sujeitas às contingências do mercado, e por isso têm de se propor garantir uma auto-regulamentação, quer para a formação quer para a profissão.
A expansão de diplomados com diferentes graus, tipos e duração de formação, juntamente com os problemas decorrentes das alterações do mercado de trabalho e do exercício profissional, o crescimento do desemprego, da precarização e as respectivas consequências no trabalho em prol da efectivação dos direitos das populações, tornam urgente o reforço da organização da categoria.
As organizações internacionais têm produzido documentação, veja-se o trabalho de referência da AIESS e a FIAS, em Adelaide - Austrália, 2004, relativo aos padrões globais para a educação e formação na profissão de Assistente Social.
Assim consideramos que um dos principais desafios é a formação em SS voltar de novo às prioridades da agenda das organizações profissionais.
Decorridos 2 anos, sobre a proposta no âmbito da formação em SS e Bolonha,das organizações da profissão (APSS, Sindicato Prof SS, CPIHTS, AIDSS e CISSEI) “para o estabelecimento de uma norma base de regulamentação da formação”, propomos que sejam retomados os trabalhos.
Nesse sentido, é urgente que estas organizações dinamizem a constituição de um grupo de trabalho que integre AS responsáveis pela área científica de SS de cada curso e que de forma articulada promovam o debate, definam e produzam atempadamente a documentação sobre padrões, orientações e recomendações para a qualidade da formação, a ser presente às autoridades científicas e se constitua como referência, para a avaliação e a acreditação dos cursos.
Mais informações, documentos e e imagens in http://www.insistente-social.blogspot.com/