sábado, junho 02, 2007

Assistente Social Sônia Coellho do Movimento Sempreviva Apela à legalização do Aborto


S. Paulo Brasil :

Movimento Vai Pedir legalização do Aborto


Uma manifestação pelo direito ao aborto está prevista para esta segunda-feira, às 16h, em São Paulo, em frente à praça Ramos de Azevedo, no centro da capital. Aproveitando as comemorações do Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, o movimento pretende lutar pela legalização do aborto e por seu atendimento no sistema público de saúde.

Segundo Sônia Coelho, assistente social e integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF), o movimento também pretende lançar o Comitê de Luta pela Legalização do Aborto, com a união de várias entidades e organizações sociais como a Marcha Mundial de Mulheres, a União Brasileira de Mulheres, a Liga Brasileira de Lésbicas e o Fórum Estadual de Mulheres Negras-RJ, entre outras.


"Esse não é um ato massivo. É um ato mais de liderança", explicou Sônia Coelho. De acordo com ela, a manifestação será realizada com poucos discursos, enfatizando o diálogo com as pessoas nas ruas e as performances musicais e teatrais. A expectativa da organização é de que cerca de 200 pessoas participem do movimento.


Para a assistente social, o aborto não é apenas uma questão de saúde pública. "Um aspecto fundamental para nós é que as mulheres tenham o direito de decidir sobre a sua vida, tenham direito à autonomia, à autodeterminação. Tem também esse outro aspecto que é o fato de que o aborto clandestino penaliza principalmente as mulheres mais pobres e negras porque quem tem dinheiro, na nossa sociedade, faz aborto tranqüilamente numa clínica ou hospital, com o seu médico particular. As mais pobres acabam morrendo ou ficando com seqüelas", afirmou Coelho, lembrando que, no Brasil, ocorrem mais de um milhão de abortos por ano.


"Nós não defendemos o aborto como método contraceptivo", afirmou a assistente social. "Mas em uma gravidez indesejada, acreditamos que o último recurso tem que ser o aborto e não a imposição daquela gravidez para a mulher como forma de castigo ou qualquer outra coisa".
Coelho afirmou que o movimento das mulheres tem a intenção de se reunir todo dia 28 de cada mês, até setembro, quando se comemora o Dia Latino-Americano de Luta pela Legalização do Aborto. Além de manifestações em ruas da capital, o grupo planeja realizar debates em universidades e fazer oficinas em bairros da periferia paulistana.
Também está na pauta do movimento solicitar ao Executivo que apóie a aprovação de projeto, proposto em 2005 pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que pede a descriminalização do aborto praticado até a 12ª semana de gestação. "Também queremos que o Executivo tenha ações de educação e formação dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) para que atendam dignamente as mulheres que fazem aborto clandestino", disse Sônia Coelho.
Agência Brasil


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