quinta-feira, julho 12, 2007

Assistente Social Denuncia Práticas de Mutilação Genital Feminina na Comunidade Somali na Inglaterra


LONDRES, 11 JUL (ANSA) - A Scotland Yard ofereceu pagar até US$40 mil de recompensa às pessoas que ajudarem a levar à justiça os responsáveis por mutilações genitais femininas.


A campanha da polícia metropolitana foi lançada no início do verão no hemisfério-norte, período em que, segundo os especialistas, as jovens garotas africanas enfrentam maior perigo de serem mutiladas, já que necessitam de várias semanas para recuperar-se fisicamente e poder regressar à escola.


A mutilação genital feminina pode ser parcial ou total e na maioria dos casos é praticada por razões culturais. Segundo a Scotland Yard, por volta de 7 mil jovens de origem africana correm perigo de algum tipo de circuncisão genital, prática que em muitos casos se realiza na Grã-Bretanha.


Desde de 2003 se tornou crime participar ou permitir qualquer forma de mutilação genital feminina no país. No entanto, nenhuma pessoa foi sentenciada na Grã Bretanha por esse delito até o momento. "Lamentavelmente é uma prática que se oculta", declarou Alastair Jeffrey, chefe do Comando de Investigação Contra o Abuso de Menores. "E por isso é tão difícil descobri-la. No entanto se trata do abuso de uma menor. Não é um ataque à cultura de outros, é um ataque contra aqueles que cometem este abuso horrendo com as meninas", acrescentou. A polícia indicou que evitará ter que registrar nos aeroportos do país as garotas britânicas que regressarem de suas férias de verão na África. A mutilação genital feminina costuma ser praticada dentro de algumas comunidades africanas muçulmanas, ainda que especialistas islâmicos dizem não haver justificativa alguma no Corão para tal prática.


De acordo com uma assistente social que trabalha com comunidades somalis em Londres, a prática de mutilação genital nas meninas está tão aceita que muitas menores querem ser mutiladas para sentir-se pertencente ao grupo. No Egito, onde menos de 90% das mulheres são circuncidadas, as autoridades anunciaram uma proibição total desta prática após a morte de uma garota de 12 anos no mês passado. (ANSA) 11/07/2007 08:54

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