segunda-feira, setembro 29, 2008

Deficiência que rompe barreiras nas universidades PIAUI

Deficiência que rompe barreiras nas universidades
Alunos vencem os próprios desafios e conseguem concluir cursos superiores.

Quando Iraci Matos conseguiu entrar na universidade acreditou que tinha conseguido superar um dos maiores obstáculos de sua vida. O que é verdade. Vítima de uma cegueira congênita, conseguir estudar para ela sempre foi algo difícil. Mas ao ingressar na academia ela percebeu que teria que enfrentar mais dificuldades, pois não havia estrutura física compatível com sua condição e poucos professores estavam preparados para lidar com uma estudante cega.
“Eu ficava muito chateada porque meus professores não sabiam como agir quando eu estava na sala. Não tinham uma didática que pudesse me englobar e ao restante dos alunos”, recorda.Mais uma vez ela conseguiu ultrapassar os obstáculos e hoje é formada em Letras e em Serviço Social. Agora vê que a Universidade Federal do Piauí, onde estudou e que ainda freqüenta está melhor adaptada a receber alunos com deficiência.
A UFPI foi a primeira das instituições de ensino superior do Estado a se preocupar com a acessibilidade de sua estrutura e mesmo assim ainda com modificações bem recentes. A universidade hoje possui rampas de acesso a coorredores em todos os centros de ensino para facilitar a locomoção dos alunos que utilizam cadeira de rodas.Além disso, existem livros em braile e computadores adaptados para que os cegos possam manusear, com uma gravação que identifica as teclas que foram apertadas. “Sabemos o quanto é difícil para essas pessoas estudar no dia-a-dia, por isso é nossa obrigação fazer o máximo para que possam estudar de forma digna. Isso sem contar que essa é uma universidade federal e como tal devemos investir para que todos os segmentos de alunos possam se sentir contemplados”, disse o reitor Luiz Santos Júnior.
Para Iraci, hoje a situação é bem diferente do que viveu quando era estudante. “Faço minhas pesquisas aqui, onde tenho acesso ao computador e aos livros em braile. Acredito que ainda há muito a se fazer, mas aos poucos todas as faculdades e universidades vão se adaptando”, acredita ela, lembrando que a falta de adaptação é o que ainda faz muitas pessoas com deficiência desistirem da universidade ou então nem tentar ingressar nela.Algo por que Leonardo Pereira, de 34 anos, não vai precisar passar.Cego de nascença, ele está estudando para fazer o vestibular para Ciências Sociais na UFPI e já deu um circulada pelo campus do Ininga para ver a situação das instalações.
“Já percebi que não vou me sentir deslocado aqui. Percebi que vou ter acesso a livros em braile e isso nos motiva mais. Espero conseguir ser aprovado”, anseia. Fonte: Informações Jornal Meio-Norte Edição: Sávia Barreto
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