terça-feira, junho 12, 2007

Um Olhar Brasileiro Sobre O Serviço Social Português



A Prática Profissional do Serviço Social Português




Como alertam as suas autoras: Ângela Maria Pereira da Silva;Viviane Luzia Prestes Anchieta;Wanda Griep Hirai e Gleny T. D. Guimarães, Este artigo apresenta a análise de alguns dados da pesquisa realizada no período de janeiro a julho de 2005, para realização do Pós-Doutorado em Serviço Social, na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. O instrumento para coleta dos dados foi um questionário com perguntas fechadas, porém opesquisado tinha total liberdade para escrever sua resposta, caso não concordasse plenamente com as alternativas apresentadas. Foi utilizada a análise de conteúdo para interpretação dos dados.

(...)

Resumo – O artigo examina em que medida o Serviço Social Português se caracteriza nos seguintes aspectos: a atuação do Assistente Social e os subsídios para realizar a prática profissional; o conhecimento das políticas sociais para a consolidação da cidadania, acesso aos direitos sociais como resistência à realidade de exclusão e desigualdades e de que forma o conhecimento sobre as transformações societárias repercutem no cotidiano profissional.


Essa pesquisa do tipo exploratório foi realizada com duzentos e noventa e dois assistentes sociais portugueses, na cidade de Lisboa, financiada pela CAPES. Busca-se com isso, partilhar de outra realidade além da brasileira. Os resultados da pesquisa apontam para uma proximidade da concepção portuguesa, ao mesmo tempo indica diferenças e contradições se comparadas ao
Serviço Social Brasileiro.

Considerações finais


Esse artigo procurou demonstrar que os Assistentes Sociais portugueses
subsidiam a prática profissional através da competência técnica, que se baseia no saber
prático e na realização de uma prestação de serviço, ou seja, a competência profissional
deriva do domínio metodológico, do saber fazer adquirido com a experiência durante o
exercício profissional, uma valorização da prática, ou seja, “... ligação ao trabalho bem
feito, ao valor do fazer” (Dubar, 1997, p. 207).

A ênfase na técnica também está relacionada aos fundamentos teóricos, à análise
da realidade e à aplicação do instrumental técnico. Isso repercute nas seguintes
concepções: o Assistente Social contribui na sociedade através de mudanças nos
processos sociais e nas políticas sociais; a condição de exclusão dos usuários é
condicionada por transformações societárias (globalização, individualização,
subemprego, avanços tecnológicos, exclusão, etc.), exigindo do profissional novas
formas de intervenção profissional. Esses entendimentos, que se destacam, aproximamse
da compreensão do processo de trabalho do Assistente Social na medida em que cria
novos valores de uso, pois, “no processo de trabalho, a atividade do homem consegue,
valendo-se do instrumento correspondente, transformar o objeto sobre o qual versa o
trabalho, de acordo com o fim perseguido” (Iamamoto, 2000, p. 53).


Porém, essas concepções entram em contradição na medida em que a maioria dos
profissionais também considera sua ação limitada nas políticas sociais que definem os
recursos e o tipo de informação a oferecer aos usuários; em conseqüência, define os
limites e as condições do trabalho profissional.
Essa contradição se torna um desafio posto à profissão, que luta pela garantia de
direitos e para a emancipação dos usuários sob o prisma do contexto social, político,
econômico e das transformações societárias. ( ...)


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