segunda-feira, agosto 06, 2007

Serviço Social Hospitalar: A Valorização do Acompanhante Sublinhada POr Celina Bomfim

HOSPITAIS BRASILEIROS
Cuidador é suporte emocional e afectivo
Os hospitais autorizam a presença dos cuidadores desde que a necessidade deles seja comprovada.
A legislação brasileira assegura aos pacientes menores de 18 anos, idosos acima de 60 anos e portadores de qualquer tipo de deficiência o direito a ter um acompanhante durante a internação hospitalar. Mas o que se verifica é a presença de um acompanhante em quase todos os leitos das unidades públicas da Capital.
A permissão para que o paciente tenha um cuidador da família, mais que um cumprimento legal, é um ação de humanização do sistema de saúde.A presença do cuidador é encarada nas unidades de saúde como parte do tratamento. Como destaca a chefe do Serviço Social do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Celina Bonfim, o acompanhante é uma peça fundamental para a recuperação do doente. “Ele é um cooperador que vai estar sendo positivo no acompanhamento dos pacientes”, avalia a assistente social.
No HGF, para os pacientes que não estão dentro do perfil definido pela lei, a autorização para o acompanhamento de um enfermo é concedida pela equipe multiprofissional. Celina Bonfim explica que médicos, enfermeiros e assistentes sociais são responsáveis por definir a necessidade de um acompanhante para determinado paciente. “Ele precisa ter representação afetiva e estar em condições de dar apoio e segurança”, afirma Celina.No entanto, a presença legitimada do acompanhante não é suficiente. As condições em que eles ficam no hospital não são as melhores. A dona-de-casa Maria Neuza Alves de Lima, de 55 anos, conhece bem essa rotina desconfortável. Ela está há 11 meses no HGF com a irmã Maria de Fátima, de 59 anos. Durante o dia, tem a seu dispor uma cadeira de plástico, e à noite, após as 21 horas, pode armar uma espreguiçadeira para repousar com um pouco mais de conforto.“Durante o dia a gente não arma a espreguiçadeira para não atrapalhar o trabalho dos médicos e enfermeiros”, conta Neuza.
A chefe do Serviço Social do HGF explica que realmente não é possível oferecer mais conforto para os acompanhantes por conta da estrutura física do hospital. Cada quarto da enfermaria tem capacidade para dois leitos, o que significa quatro pessoas internadas, se os dois pacientes estiverem acompanhados.Os cuidadores se acomodam como podem e fazem das enfermarias um pedacinho da casa, com hábitos e objetos. Nas enfermarias femininas, xampus, cremes de cabelo e desodorantes disputam espaço com os aparelhos e medicamentos. “A gente tem vontade de curtir a casa da gente, mas só posso voltar uma vez por mês”, conta Neuza, que mora em Maracanaú e reveza com outra irmã a cada mês a permanência no HGF. Ela confessa que não se sente à vontade vagando pelos corredores da unidade, mas agradece a todos do HGF pelos cuidados com a sua irmã.

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