sexta-feira, junho 29, 2007

Serviço Social Mutilação Genital Feminina o Fim do Pesadelo Faraónico

O Fim do Pesadelo Egipcio ?





O Egipto quer acabar, de uma vez por todas, com a excisão - a prática ancestral que consiste na mutilação das partes genitais das mulheres - depois da morte de uma adolescente.
Nesta quinta-feira, o ministério da Saúde decidiu proibir "a todos os médicos e profissionais da saúde" fazerem esta operação que remonta do tempo dos faraós e continua muito difundida entre os egípcios.

Mas esta decisão ainda deve ser implementada em forma de lei, o que obriga que o assunto tramite por longos procedimentos e debates parlamentares.
A excisão, que consiste na ablação parcial ou total dos órgãos genitais, foi oficialmente proibida por um decreto ministerial de 1997, seguida de uma revogação para permitir aos médicos realizar o procedimento "em caso de doença".
No entanto, a prática ainda é realizada de maneira clandestina em grande escala. O procedimento é especialmente encorajado pelas mães, que acreditam que deste modo preservam a virtude de suas filhas.
De acordo com um estudo governamental realizado em 2000, a excisão afeta 97% de egípcias, tanto seguidoras do cristianismo quanto do islamismo.

Líderes mulçumanos e cristãos já deixaram claro que a excisão não tem "nenhuma base em textos" sagrados, mas ainda assim, muitos egípcios continuam acreditando que a prática está ligada a um preceito religioso.
Uma campanha audaciosa foi lançada em 2003 sobre este tabu no Egito, com spots na televisão, a divulgação de livretos e palestras de militantes alertando para os perigos do procedimento.
A primeira-dama egípcia, Suzanne Moubarak, envolvida na luta contra a excisão, pediu nesta quinta-feira a adopção de uma lei criminalizante contra esta prática e declarou a batalha contra a mutilação de órgãos genitais femininos como "prioridade nacional".
"Nós parabenizamos com a proibição da mutilação genital feminina, mas a questão-chave é saber se isto será posto em prática", declarou à AFP Sara Leah Whitson, diretora da divisão para o Oriente Médio e a África do Norte da ONG Human Rights Watch (HRW).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 100 a 140 milhões de jovens são submetidas à mutilação sexual no mundo. Por ano, dois milhões de meninas sofrem o procedimento.
A excisão pode provocar a morte por hemorragia. Também causa mortes no parto, problemas com cicatrização, retenção de urina e traumas psicológicos.
No total, 28 países africanos praticam as mutilações genitais femininas.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2007/06/28/egito_vai_proibir_a_mutilacao_feminina_891504.html






Egito proíbe circuncisão feminina após morte de garota

País tenta banir a prática de retirada do clitóris de meninas
Agências internacionais

CAIRO - O Egito anunciou a proibição completa à circuncisão feminina - também conhecida como mutilação genital. O anúncio ocorre após uma série de protestos populares após uma jovem morrer durante a operação, segundo a BBC.
Um porta-voz do Ministério da Saúde disse que nenhum médico está permitido a executar a operação em estabelecimentos públicos ou privados. Ainda segundo a agência britânica, os que infringirem a lei serão punidos, afirmou o porta-voz.
Rara no mundo árabe, a prática é mais comum entre muçulmanos e cristãos do Egito. Famílias conservadoras acreditam que a circuncisão é um modo de proteger a castidade da garota.
Estudos recentes estimam que cerca de 90% das mulheres egípcias já foram circuncidadas.
Acredita-se que é uma parte de um rito antigo egípcio de passagem, sendo mais freqüente em áreas rurais.
A proibição foi introduzida a aproximadamente 10 anos atrás, mas a prática continua sendo permitida em circunstâncias excepcionais.
A morte da garota de 12 anos no país há alguns dias desencadeou apelos de grupos dos direitos humanos para o governo e médicos para cessar a prática.
Bodur Ahmed Shaker morreu quando uma médica realizava a operação em uma clínica particular, uma das milhares de cirurgias feitas diariamente no Egito para retirar o clitóris das adolescentes.
A cirurgiã que conduziu o processo em que a garota faleceu foi presa.
Opositores
A primeira dama egípcia, Susanne Mubarak, se posicionou ferrenhamente contra a prática, alegando que é um exemplo claro de violência psicológica e física contra crianças que deve parar.
A diretora do Conselho Nacional da Infância e da Maternidade, Muchira Khatab, uma das mulheres mais envolvidas na luta contra a circuncisão, disse à agência Efe que um recente estudo de seu organismo feito com cerca de seis mil adolescentes de entre 10 e 18 anos mostrou que "apenas" a metade delas tinha sofrido a intervenção.
As maiores autoridades religiosas do país também expressaram apoio à proibição. O Grande Mufti e o líder da Igreja Copta disseram que a circuncisão não tem base no Alcorão ou na Bíblia.
A extração é praticada nos países ao longo do rio Nilo desde os tempos faraônicos, e depois se estendeu pelo oeste da África, mas não tem relações com o islã ou o cristianismo, embora as duas religiões tenham aceitado durante séculos a mutilação feminina como meio de controle sexual e social.



No entanto, as hierarquias muçulmanas e cristãs, pressionadas pela classe política, passaram da mensagem de que "a circuncisão não é obrigatória" para declará-la como "pecado", como fez na segunda-feira o Mufti.
Resta saber se a declaração do mufti será seguida pelos xeques religiosos de povoados e bairros, mais ligados a suas tradições que ao dogma da religião.
Segundo a diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Egito, Erma Mannoncourt, o país se distingue porque ali a prática é realizada na maioria dos casos (60%) por médicos, enquanto em outras nações o procedimento é feita pelo barbeiro do bairro.
Extirpar o clitóris de uma menina em uma clínica com todas as condições higiênicas pode ser conseguido por um mínimo de 50 libras egípcias (€ 7), em uma operação que dura apenas 10 minutos.
Texto modificado às 19h04.
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2007/jun/28/280.htm

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