terça-feira, maio 22, 2007

Assistente Social Manuel Menezes Defende Tese de Doutormento em Ciências da Comunicação

Manuel Menezes Defende Tese de Doutoramento




O nosso colega Assistente Social, Manuel Menezes, licenciado e Serviço Social pelo ISMT e mestre em Serviço Social pelo ISSSL, defendeu recentemente ( 13 de Maio ) a sua tese de doutoramento Discursos sobre os Riscos Sociais até à Modernidade Tardia, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa, obtendo o título de doutor em Ciências da Comunicação – Especialidade de Comunicação e Cultura.





Sob a orientação do Professor doutor José Bragança de Miranda, a sua brilhante defesa teve a classificação de Muito Bom com Distinção e Louvor por unanimidade. Foram arguentes os professores do Júri:



Prof. Doutor:
- Hermínio Gomes Martins – Universidade de Oxford;
- José Bragança de Miranda – Universidade Nova de Lisboa;
- Manuel José Almeida Damásio – Universidade Lusófona;
- José Pinheiro Neves – Universidade do Minho;
- Eduardo Jorge Esperança – Universidade de Évora;
- António Fernando Cascais – Universidade Nova de Lisboa;
- Jacinto Rosa Godinho – Universidade Nova de Lisboa.



Deixamos neste espaço o resumo da sua tese disertação que esperamos ver publicada em breve

Resumo

Capturados e explicitados externa ou internamente ao «corpo social», a presença não só, mas também dos riscos sociais, por um lado e, os medos por eles produzidos, por outro, concretizou-se desde sempre como uma preocupação constante da experiência do humano. Por isso, visando minorar a ansiedade adstrita aos últimos e dadas as dificuldades em enfrentar os primeiros, os seres humanos procuraram elaborar todo um conjunto de discursos onde os riscos vão sendo explicados com base em imagens construídas ficcionalmente. Neste sentido, com a presente dissertação, é nosso intuito aduzir alguns contributos para a compreensão da forma como essa inquietação – plasmada por via de discursos e/ou práticas – foi olhada, trabalhada e sofrendo mutações no transcurso da modernidade.
Concomitantemente a uma analítica dos discursos sobre os riscos, será desenvolvida uma reflexão em torno das problemáticas levantadas pela contingência. Sendo esta por nós assimilada como a condição moderna permanente e inabalável, em primeiro lugar, procurar-se-á mostrar como o ser humano, em virtude de um desejo ubíquo de a abolir ou, pelo menos, domesticar, impôs a si próprio a ordenação como tarefa ou, mais precisamente, como o arquétipo de todas as tarefas tipicamente modernas. E, em segundo lugar, evidenciar não só os condicionalismos mediadores de tal projecto, mas também as consequências adversas associadas ao mesmo, dado nos encontrarmos ante uma tarefa autopropulsora, pois, a contingência e os riscos a ela associados acabaram por reemergir, paradoxalmente, como o resultado, a consequência indesejada da busca moderna de ordenação. Interessa acrescentar, que a vontade de ordem em si não é, a priori, algo de criticável, longe disso, no entanto, quando nos damos conta das formas historicamente adoptadas para a impor coactivamente, a questão volve-se muito mais problemática.
Portanto, estamos cônscios de que a experiência moderna, ao ser capturada enquanto experiência contingente, ambivalente, exige, em última análise, um questionamento crítico e uma acção comprometida. Será essa, então, a tarefa que nos proporemos ao longo da presente dissertação.

Abstract

Captured and rendered expressible externally or internally to the “social body”, the presence not only, but also, of social risks on the one hand, and the fears these produce, on the other, has always been a constant preoccupation of the human experience. This is why, in their efforts to reduce anxiety linked to the latter and given the problems of confronting the former, human beings have tried to devise a range of discourses in which risks are explained on the basis of fictionally-constructed images. This thesis sets out to propose some contributions to help understand how this disquiet – reflected in discourses and/or practices – has been viewed and shaped, and has undergone mutations on the road to modernity.
Alongside an analysis of discourses on risks, the questions raised by hazard will also be considered. In the first place, this is taken as a permanent, steadfast modern condition. An attempt is made to show how the human being, by virtue of a ubiquitous desire to banish, or at least tame it, imposes orderliness on her/himself as a duty or, more precisely, as the archetype of all typically modern duties. Secondly, an effort is made to show not only the mediating constraints of such a project, but also the adverse consequences associated with it. This is because we are looking at a self-driven duty, since hazard and the risks associated with it have ended up, paradoxically, by re-emerging as the result, the undesired consequence of the modern quest for orderliness. It is worth adding that the wish for order in itself is not a priori something to be censured, far from it. But when we realise the forms historically employed to forcibly impose it, the question becomes much more problematic.
And so we are aware that the modern experience, once captured as a hazardous, ambivalent, experience, requires, in the final analysis, critical questioning and committed action. This, therefore, is the task that this thesis intends to accomplish.




alfredo henriquez

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