domingo, fevereiro 11, 2007

Serviço Social SIM nos Tempos Presentes: Preparar e Qualificar a Intervenção Social na àrea da Interrupção Voluntária da Gravidez


Aprovada em Referendum
a Interrupção Voluntária da Gravidez
Obriga Assistentes Sociais
a Uma Intervenção Qualificada
Os resultados do presente referendum sobre a questão da despenalização do aborto deve trazer algumas alterações significativas para as mulheres portuguesas, na medida em que pela primeira vez na história de Portugal é manifesta a vontade popular de terminar com as leis infames que puniam as mulheres que sofriam este problema.
De certeza que a elaboração da futura legislação exigira que os trabalhadores da saúde em geral tenham uma preparação mais especializada nesta área. Assim acreditamos que a legislação portuguesa acompanhará o melhor que exista na Europa e no mundo em termos de conhecimento científico para responder a este drama humano que tem contornos médicos, clínicos, e sociais.
Os seus problemas de ordem ético (que afloramos em documentos publicados neste espaço anteriormente) lançam novos desafíos para a intervenção social.
Devemos estar preparados para futuras tarefas e não será tarefa fácil investir nesta área chave que envolve uma qualificação mais especializada. Muitos colegas ja possuem a experiência que de certeza aprofundaram o seu conhecimento, mas devemos investir demoradamente para qualificar a nossa intervenção de forma a prestar um contributo qualificado aos utentes dos diferentes serviços.
No entanto, podemos motivar muitos colegas e estudantes finalistas a fazer pesquisas nas escolas e nos serviços sobre este drama social que afecta milhares de mulheres.
Também exigir uma séria reflexão sobre este assunto (mesmo nas escolas confessionais de Serviço Social) do ponto de vista do posicionamento ético a este respeito. Não podemos transferir as nossas dificuldades ou problemas gnoseologicos ou morais para quem ja tem um problema tão grave e que necessita o nosso aconselhamento.
Se esta área da intervenção é deixada ao abandono será um caminho errado e significará a perda de muitos postos de trabalho em benefício de outras profissões, mesmo no sistema no público.
Na história da nossa profissão sempre soubemos enfrentar este desafío chegou a hora de colaborar nas equipes multidisciplinares e sobretudo constituir equipes de trabalho que possam dar a sua opinião e construir pareceres sobre a futura legislação a este respeito.
Pode ser uma boa iniciativa na medida em que a esperiência de anos nos posiciona com um saber diferente dos outros profissionais da saúde.
alfredo henríquez

1 comentário:

S Guadalupe disse...

eu acredito que este posicionamento já é um facto nas insituições de saúde onde existem assistentes sociais... mas a atitude de não julgamento é um imperativo que deve acompanhar toda a equipa. O assistente social deve assumir algumas componentes de formação para a equipa. Isto é que é uma raridade acontecer... vá-se lá saber porquê!?