Manifesto de Repúdio
Tropa de choque na PUC - SP
Falência política e moral da Reitoria
Na madrugada de sábado, a tropa de choque invadiu a universidade. A ocupação estudantil, que exigia a ampliação da discussão do Redesenho mercantilista e autoritário, foi desmantelada pela força policial. A autonomia universitária frente aos poderes judicial, policial e militar foi violada por ordem da Reitoria e da Fundação São Paulo, com o apoio explícito de setores do Consun.
Já tivemos outras ocupações – a última sob o reitor professor Antonio Carlos Ronca – e todas foram tratadas como conflito social e político. Todas foram resolvidas pelas discussões e mobilizações internas. Todas foram encaradas como parte da democracia universitária. As discordâncias, embates e tensões sociais em torno da ocupação estiveram sob o princípio de solucionar os problemas da universidade por meios internos e democráticos.
A PUC-SP só engrandeceu como Universidade em que os conflitos foram vividos como parte das liberdades democráticas. Assim, a mentalidade policial que campeia por toda parte não teve como prevalecer, ficou submersa às crises e aos confrontos. Mas agora encontrou a conjuntura propícia para vir à tona. A universidade se curvou diante da crise aberta em 2005. Admitiu a intervenção direta da Fundação, que por sua vez se escudou no Ministério Público. Admitiu que a Reitora eleita promovesse demissão em massa. Admitiu que a burocracia decidisse o destino das condições de ensino. O processo burocrático e corporativista de confecção das propostas de Redesenho culminou no uso da força externa. Essa política levou à inflexibilidade da Reitoria em negociar com os estudantes, à negativa da proposta da Apropuc de abrir discussão, à liminar de reintegração de posse e à ocupação policial.
O uso das armas rompeu uma das maiores conquistas democráticas da universidade brasileira, que diz respeito à condenação da invasão da PUC-SP pela polícia da ditadura militar e pelo odiado comando do coronel Erasmo Dias. A Reitoria acaba de abonar o método da invasão policial da universidade, acontecida há 30 anos. Não tem mais moral para falar em nome da universidade contra a ditadura militar e Erasmo Dias.
O Redesenho é parte desse trajeto. Foi plantado numa situação política de pessimismo e indiferença. Os estudantes foram alijados, desconsiderados como segmento essencial da universidade. Não caberiam na redoma de vidro, não se encaixariam na camisa de força das disputas corporativistas. Era do interesse da Reitoria que a grande maioria estudantil permanecesse alheia ao projeto de Redesenho. Como de fato estava acontecendo.
Quem resistiu foi o movimento estudantil, apesar da passividade da maioria e da ofensiva das posições mercantilistas na educação.
É nessas condições que ocorre a ocupação: surpreendente, inesperada, expressou o descontentamento contido.
A apresentação dos projetos de Redesenho, na Audiência Pública, foi uma formalidade, uma casca de democracia, um simulacro. Os estudantes ali presentes, reunidos em assembléia, resolveram ocupar a Reitoria. Foi o que aconteceu. Assim como o processo de Redesenho excluiu os estudantes e se apresentou formalmente na Audiência, os estudantes foram à ocupação como grito de resistência.
A Reitoria procurou obscurecer o fundo do embate, com a caracterização de que se tratava de um ato de vandalismo e por inspiração de forças externas. Fincada nessa posição, hostilizou todos os esforços da Apropuc para possibilitar a abertura de negociação com os estudantes. Rechaçou a via política e assumiu a criminalização do movimento estudantil. Usou a via policial.
O dia 10 de novembro de 2007 constitui um marco de ferro entre a democracia universitária e a autocracia universitária. As demissões em massa, há dois anos, foi o primeiro marco: rompeu as relações trabalhistas e sociais. A invasão da tropa de choque é o segundo marco: rompeu com o pouco que ainda restava da autonomia universitária. A partir daí, a Reitoria, a burocracia e os carreiristas agregados sairão à “procura das bruxas”.
É necessário que professores, funcionários e estudantes se organizem contra essa agressão policial. Que trabalhemos unidos para derrubar esses dois marcos. Enfrentemos as perseguições e punições.
Abaixo a política policialesca !
Pela autonomia e democracia universitárias !
Reunião ampliada da diretoria da APROPUC-SP de 11/11/2007
Tropa de choque na PUC - SP
Falência política e moral da Reitoria
Na madrugada de sábado, a tropa de choque invadiu a universidade. A ocupação estudantil, que exigia a ampliação da discussão do Redesenho mercantilista e autoritário, foi desmantelada pela força policial. A autonomia universitária frente aos poderes judicial, policial e militar foi violada por ordem da Reitoria e da Fundação São Paulo, com o apoio explícito de setores do Consun.
Já tivemos outras ocupações – a última sob o reitor professor Antonio Carlos Ronca – e todas foram tratadas como conflito social e político. Todas foram resolvidas pelas discussões e mobilizações internas. Todas foram encaradas como parte da democracia universitária. As discordâncias, embates e tensões sociais em torno da ocupação estiveram sob o princípio de solucionar os problemas da universidade por meios internos e democráticos.
A PUC-SP só engrandeceu como Universidade em que os conflitos foram vividos como parte das liberdades democráticas. Assim, a mentalidade policial que campeia por toda parte não teve como prevalecer, ficou submersa às crises e aos confrontos. Mas agora encontrou a conjuntura propícia para vir à tona. A universidade se curvou diante da crise aberta em 2005. Admitiu a intervenção direta da Fundação, que por sua vez se escudou no Ministério Público. Admitiu que a Reitora eleita promovesse demissão em massa. Admitiu que a burocracia decidisse o destino das condições de ensino. O processo burocrático e corporativista de confecção das propostas de Redesenho culminou no uso da força externa. Essa política levou à inflexibilidade da Reitoria em negociar com os estudantes, à negativa da proposta da Apropuc de abrir discussão, à liminar de reintegração de posse e à ocupação policial.
O uso das armas rompeu uma das maiores conquistas democráticas da universidade brasileira, que diz respeito à condenação da invasão da PUC-SP pela polícia da ditadura militar e pelo odiado comando do coronel Erasmo Dias. A Reitoria acaba de abonar o método da invasão policial da universidade, acontecida há 30 anos. Não tem mais moral para falar em nome da universidade contra a ditadura militar e Erasmo Dias.
O Redesenho é parte desse trajeto. Foi plantado numa situação política de pessimismo e indiferença. Os estudantes foram alijados, desconsiderados como segmento essencial da universidade. Não caberiam na redoma de vidro, não se encaixariam na camisa de força das disputas corporativistas. Era do interesse da Reitoria que a grande maioria estudantil permanecesse alheia ao projeto de Redesenho. Como de fato estava acontecendo.
Quem resistiu foi o movimento estudantil, apesar da passividade da maioria e da ofensiva das posições mercantilistas na educação.
É nessas condições que ocorre a ocupação: surpreendente, inesperada, expressou o descontentamento contido.
A apresentação dos projetos de Redesenho, na Audiência Pública, foi uma formalidade, uma casca de democracia, um simulacro. Os estudantes ali presentes, reunidos em assembléia, resolveram ocupar a Reitoria. Foi o que aconteceu. Assim como o processo de Redesenho excluiu os estudantes e se apresentou formalmente na Audiência, os estudantes foram à ocupação como grito de resistência.
A Reitoria procurou obscurecer o fundo do embate, com a caracterização de que se tratava de um ato de vandalismo e por inspiração de forças externas. Fincada nessa posição, hostilizou todos os esforços da Apropuc para possibilitar a abertura de negociação com os estudantes. Rechaçou a via política e assumiu a criminalização do movimento estudantil. Usou a via policial.
O dia 10 de novembro de 2007 constitui um marco de ferro entre a democracia universitária e a autocracia universitária. As demissões em massa, há dois anos, foi o primeiro marco: rompeu as relações trabalhistas e sociais. A invasão da tropa de choque é o segundo marco: rompeu com o pouco que ainda restava da autonomia universitária. A partir daí, a Reitoria, a burocracia e os carreiristas agregados sairão à “procura das bruxas”.
É necessário que professores, funcionários e estudantes se organizem contra essa agressão policial. Que trabalhemos unidos para derrubar esses dois marcos. Enfrentemos as perseguições e punições.
Abaixo a política policialesca !
Pela autonomia e democracia universitárias !
Reunião ampliada da diretoria da APROPUC-SP de 11/11/2007
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