No início da noite desta sexta (22), 51º dia de ocupação, estudantes da USP (Universidade de São Paulo) saíram do prédio da reitoria da universidade. Em assembléia realizada na noite de quinta-feira (21), os alunos aprovaram a proposta enviada pela direção da universidade e decidiram pelo fim do movimento. Os estudantes estavam no prédio desde o dia 3 de maio.A proposta precisava ser aceita também pelos funcionários da universidade -- o que aconteceu na tarde desta sexta. Os estudantes exigiram ainda que a reitora, Suely Vilela, assinasse formalmente o documento enviado aos estudantes -- o que também foi feito nesta sexta, mas com discussões: houve debate para saber qual representante dos estudantes assinaria o compromisso firmado junto com a reitoria.
Alguns estudantes brigaram entre si na saída do prédio, quando um grupo tentou rasgar faixas que eram carregadas pelos colegas. Também houve tensão com os jornalistas. Um repórter que tentava entrar na reitoria foi empurrado por manifestantes, e empurrou-os de volta. Em nota enviada na noite desta sexta, a reitoria da USP disse que "a universidade, apesar das dificuldades encontradas, conseguiu superar os entraves por meio do diálogo".
Sem punição
A carta da direção da USP foi enviada aos alunos por intermédio de um grupo de professores. No documento, a direção da universidade aceita os pontos estipulados pelos alunos como condições para a desocupação -- definidos em assembléia no dia 12/6:
a não-punição de estudantes e funcionários envolvidos nas atividades políticas de greve e da ocupação;
-manutenção de todos os pontos da última contraproposta da reitoria;
-audiência pública para discutir o Inclusp (Programa de Inclusão da USP);
-a elaboração de uma estatuinte, que será organizada a partir de uma comissão paritária composta de professores, estudantes e funcionários.
-audiência pública para discutir o Inclusp (Programa de Inclusão da USP);
-a elaboração de uma estatuinte, que será organizada a partir de uma comissão paritária composta de professores, estudantes e funcionários.
A assessoria de imprensa da USP informa ainda que o prédio da reitoria passará por uma perícia, que será feita pelo Instituto de Criminalística. Se for constatado dano ao patrimônio público, haverá punição.Os docentes, segundo informações da Folha Online, foram convidados pela direção da universidade para servir como intermediários e fizeram reuniões tanto com os alunos e servidores quanto com a reitoria. O documento apresentado aos estudantes teria sido redigido conjuntamente com a reitoria.Ainda segundo a Folha Online, o recuo da reitoria -- que dizia que não negociaria mais até a desocupação do prédio -- foi um ultimato para não accionar a tropa de choque da Polícia Militar na reintegração de posse da reitoria, cuja ordem judicial já expedida pela Justiça no dia 16 de maio. A reintegração executada na Unesp de Araraquara, na terça (19), poderia estimular a PM a fazer o mesmo na USP.
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