domingo, março 25, 2007

Novo Livro de Serviço Social Corpo, Sexualidade e Violência Sexual Lançado em Matosinhos no Dia Mundial do Assistente Social


Corpo Sexualidade e Violência Sexual – Análise e Intervenção Social

da Profa. Doutora Marlene Braz Rodrigues

Será Lançado no dia Mundial do Assistente Social

Publicado pelo CPIHTS e com o Patrocínio da APSS

a 27 de Março 2007 em MATOSINHOS

A violência é hoje uma questão das mais evidenciadas nos meios de comunicação, expressando sua presença na vida cotidiana, nas mais diversas esferas e formas de ser. Porém, isso não reverte, necessariamente, na ampliação de uma consciência social capaz de apreendê-la em suas determinações, favorecendo a possibilidade dela vir a ser concebida como uma expressão da “questão social” e sua violação também ser tratada como uma questão de violação aos direitos humanos mais fundamentais. Quando se trata da violência sexual com mulheres vivenciadas a partir de instituições jurídicas e policiais, a questão adquire contornos dramáticos, pois nos remete a um campo de práticas sociais marcadas por relações de posse, subalternidade, desigualdade opressão e autoritarismo, relações vigentes no contexto da sociedade mercantil capitalista e no âmbito das particulares conjunturas institucionais de natureza burocrática e autoritária .

O mérito deste livro reside em ter trazido à reflexão essa realidade complexa e perversa buscada na experiência da autora, como assistente social da Clínica Médico Legal do Instituto de Medicina Legal de Lisboa. Sua pesquisa evidencia dados importantíssimos acerca das formas como as vítimas – jovens e mulheres – são tratadas e vivenciam os processos de violência pelos quais passaram no decorrer de suas vidas. Isto porque a violência primeira a que foram submetidas abriram as portas para formas secundárias (não menos dramáticas) de violência institucional. Estas são objetivadas através da discriminação, da acusação, dos julgamentos morais, dos pareceres técnicos, entre outros meios de repressão e constrangimento.

Trata-se, portanto, de um tema da maior relevância para os profissionais que atuam na área sócio-jurídica, com questões de violência, mas, sobretudo para os defensores dos direitos humanos e da ampliação das políticas de igualdade entre os sexos. É preciso que a sociedade considere a questão do combate a todas as formas de violência contra a mulher como uma questão que é de toda a coletividade, ou seja, que é da responsabilidade de todos. Para que as mulheres não se transformem – de vítimas – em rés - , ou fiquem caladas para não se submeter aos processos de violência desvelados por Marlene.

Maria Lúcia Silva Barroco
Professora de Ética Profissional e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ética e Direitos Humanos da PUC-SP (NEPEDH)





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