Gratuitas e de forma voluntária. São assim as consultas que o ginecologista condenado por abusos sexuais a utentes realiza todas as semanas a alunas, professoras e funcionárias da Universidade do Algarve (Ualg), através do Serviço de Acção Social.
Foi numa destas consultas com o médico J.V., no início de 2004, que Ana (nome fictício), funcionária da Ualg, viveu momentos dramáticos.
"Mandou-me despir e começou logo por me mexer no clitóris de uma forma estranha. Tocou-me como um homem e não como médico. Enquanto mexia dizia que tinha uma coisa muito bonita com lábios grandes. Nunca calçou luvas", recorda a vítima, que não teve coragem para fazer queixa. "Era a minha palavra contra a dele e ele é uma pessoa poderosa", desabafa.
Os minutos pareceram horas para Ana, mas nunca teve reacção para gritar e fugir. Ficou assustada. "Disse-me que tinha os músculos da vagina fortes como os homens gostam e que devia exercitar mais porque até os bichinhos gostavam", lembra a funcionária da Ualg, que diz saber da existência de mais casos de alunas e funcionárias, que nunca foram formalizados por vergonha. O CM tentou contactar o reitor da Ualg, sem sucesso.
Os abusos sobre Ana foram comunicados ao Serviço de Acção Social, mas nada foi feito e o clínico continua com as consultas, tal como no Hospital de Faro, onde outra vítima do médico foi assediada.
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