ONU atribui prémio à Guiné-Bissau por relatório sobre desenvolvimento humano
A ONU atribuiu à Guiné-Bissau o Prémio 2007 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) pelo melhor relatório sobre desenvolvimento humano, disse hoje à Agência Lusa fonte do governo guineense.
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau adiantou que o prémio será entregue sábado em Nova Iorque, onde está a sede da ONU, ao director-geral da Cooperação guineense, Artur Silva, responsável pela elaboração do documento premiado.
O relatório, intitulado "Reformas Políticas para Alcançar os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento da Guiné-Bissau", aborda as causas do fraco desenvolvimento humano no país.
O documento atribui essas causas a quatro grandes factores, nomeadamente a fraca produtividade, a fraqueza dos investimentos e recursos, a fraca diversificação da economia e os obstáculos de desenvolvimento dos sectores agrícola e da pesca e a fragilidade da governação.
Segundo o documento, a "evolução da economia guineense tornou-se tão lenta que não conseguiu favorecer a redução da pobreza extrema e, por consequência, a realização do conjunto dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio".
Com o actual ritmo de evolução da economia guineense seriam necessários 112 anos para se ver duplicar o rendimento real por habitante, que era de 135 dólares (104 euros) em 2003, refere o relatório.
O documento lembra ainda que a economia da Guiné-Bissau é "caracterizada pela fraqueza dos recursos internos a tal ponto que a poupança permaneceu sempre negativa", principalmente depois do conflito de 1998/99, que destruiu muitos equipamentos produtivos e infra-estruturas.
Segundo o relatório, desde o fim da colonização, em 1974, que a economia guineense é dominada pela agricultura - culturas de arroz e castanha de caju e pesca artesanal -, mas o sector enfrenta problemas estruturais e de modernização.
Para fazer face aos problemas de desenvolvimento, o documento lembra a necessidade de existir uma boa governação, "absolutamente necessária" para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, estabelecidos pela ONU em 2000 e que inclui, entre outros a redução da pobreza para metade até 2015.
"Mas, para isso, deveriam ser instituídas políticas sãs e uma governação baseada no respeito dos direitos humanos", acrescenta o documento.
Na Guiné-Bissau, ao nível da justiça, "tudo se passa como se as leis só se aplicassem em situações particulares, em função, provavelmente, das relações de influência dos diferentes protagonistas", sublinha o relatório, acrescentando que esta situação fragiliza a autoridade do Estado.
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