Estudantes de Serviço Social Apoiam Ocupação da USP
Depois de debates, bate-bocas e discussões na assembléia que se estendeu até a madrugada, e terminou com um show de música e a decisão de continuar com a ocupação na reitoria da Universidade de São Paulo (USP), o clima neste sábado, 2, pela manhã era de ressaca e garrafas vazias. A maior parte dos alunos passou a manhã dormindo.
O movimento no prédio ocupado vinha não dos ocupantes do local, mas dos estudantes de Serviço Social de várias universidades da cidade que decidiram, em apoio ao movimento, realizar um encontro na sala do Conselho Universitário da USP, que fica dentro da reitoria. Foi o primeiro evento não relacionado com a universidade que acontece no edifício desde o início da ocupação.
“Não daria para ter feito evento na PUC, por exemplo, porque não tem alojamento lá. Então decidimos vir para cá”, diz Beatriz Rocha, de 19 anos, estudante de Serviço Social da PUC-SP. Os cerca de 60 integrantes que já chegaram para o evento, que deverá durar todo o fim de semana, estão alojados no sindicato dos funcionários, Sintusp, que também está em greve e aderiu à ocupação do movimento de alunos.
“O que está acontecendo aqui é um momento histórico que não pode passar em branco. É um protesto de alunos e funcionários contra o sucateamento do ensino público”, diz a aluna, que, apesar de ser estudante de outra instituição, já esteve na ocupação várias vezes. Assim como para ela, a reitoria ocupada tem atraído visita de estudantes de várias instituições, públicas e particulares. Muitos alunos chegavam para conhecer e tiravam fotos do local.
Depois do show do B Negão, um dos integrantes da banda Planet Hemp, o cantor Tom Zé visitou a reitoria, e deveria fazer uma palestra e um show para os alunos.
Polêmica
Ao contrário das primeiras assembléias, em que a decisão de permanecer na reitoria era tomada por uma grande maioria, nas últimas o movimento tem se mostrado mais dividido. Na sexta, para chegar a um acordo, houve muita discussão.
Estavam em jogo duas propostas: a de permanecer na reitoria por tempo indeterminado e a de continuar apenas até terça-feira, já que na segunda eles terão mais um encontro com a reitora Suely Vilela e é possível que ela ceda mais nas negociações. A primeira proposta venceu por pouca diferença.
Outro problema foi a leitura do decreto declaratório editado na quinta-feira pelo governador. O texto basicamente deixa por escrito o que autoridades e reitores estavam afirmando, que os decretos anteriores não se aplicam às universidades estaduais paulistas.
“Na assembléia de ontem (sexta) tinha gente que nem sabia do decreto declaratório. Não sabia o que tinha saído e nem sabia o conteúdo dele”, disse Bruno Bicalho, estudante de Lazer e Turismo da USP Leste, que integrava a comissão de comunicação do movimento. Segundo ele, mesmo entre os que leram e estudaram o decreto, há polêmica sobre seu alcance e interpretação. Eles deverão passar o fim de semana debatendo o texto.
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