Instituto Superior Miguel Torga
Seabra Santos preconizou, na comemoração dos 70 anos do ISMT, a aposta nas relações interinstitucionais. Desafio traduz “dimensão do instituto”, diz Carlos Amaral Dias.
O reitor da Universidade de Coimbra (UC), Seabra Santos, considerou, ontem, que a reforma do ensino superior português requer a “criação de dimensão” ao nível das relações interinstitucionais entre estabelecimentos de ensino públicos e privados. A reflexão em torno da aposta nesta relação, que deve ter como objectivo a criação de “laços e cooperação”, avisou, tem que ser feita o quanto antes para que as conclusões sejam aplicadas em tempo útil.“É comum dizer-se que o tempo é de profundas mudanças. Às vezes, interrogamo-nos se essas mudanças são efectivas, mas acreditamos que também ao nível do ensino superior a mudança está a chegar ao nosso país. Nesse contexto, há orientações que devem privilegiar os nossos passos. Um deles é a criação de dimensão, e isso é válido para as instituições e para a relação interinstitucional, para a procura de laços e cooperação”, disse Seabra Santo na sessão solene de comemoração dos 70 anos do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT) que decorreu ontem no auditório da Reitoria da UC.
Afirmando que este tipo de relação “é fácil” entre os estabelecimentos de ensino privados, o reitor da UC – que é o candidato único a este cargo, cujas eleições decorrem segunda-feira – alertou, contudo, que este processo de relacionamento é “mais difícil” de estebelecer entre instituições públicas e entre instituições públicas e privadas. “Quanto mais tarde iniciarmos esta reflexão, mais tarde chegaremos às conclusões que se impõem no momento que vivemos”, considerou Seabra Santos, que desejou ao ISMT “felicidades num ambiente de aproximação e fortalecimento da relação” com a UC.O desafio foi bem acolhido pelo director do ISMT, Carlos Amaral Dias.
Em declarações aos jornalistas, este responsável considerou que o desejo de aproximação manifestado por Seabra Santos “constitui a prova de que o actual reitor da UC é capaz de entender o que é o futuro do ensino superior em Portugal”. “Só podemos ficar honrados”, disse, acrescentado que, com a cooperação entre as duas instituições, é o ISMT “que ganha”.
O facto de ter sido a primeira vez que um reitor da UC defendeu publicamente uma maior relação com o ISMT levou Amaral Dias a concluir pelo “reconhecimento” do instituto que dirige. “Mostra a dimensão pública que o ISMT adquiriu nos últimos anos”, afirmou, adiantando que a coopreação com a UC poderá começar a ser trabalhada depois do acto eleitoral marcado para segunda-feira.No decorrer da cerimónia, que incluiu uma palestra sobre “Serviço social contemporâneo – o projecto etico-político”, proferida por José Paulo Netto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro –, intervieram ainda o presidente da Câmara de Coimbra e o governador civil de Coimbra, respectivamente Carlos Encarnação e Henrique Fernandes. Encarnação referiu que o ISMT “é uma escola com significado” e que tem “créditos merecidos”. Henriques Fernandes considerou que o instituto é um “elemento fundamental da cidade do conhecimento que é Coimbra”.“Para nós, a celebração dos 70 anos é uma verdadeira epifania”, disse, por seu lado, o presidente do conselho científico do ISMT, José Henriques Dias.
O ISMT, recorde-se, teve as suas origens na Escola Normal Social de Coimbra – Escola de Puericultura e de Serviço Social e teve como mentor Bissaya Barreto. O curso de Serviço Social foi oficializado em 1939 e reconhecido em 1962. Na altura chamava-se Instituto Superior de Serviço Social de Coimbra. Em 1998, passou a designar-se ISMT.
in Diario das Beiras 12 de Janeiro de 2007
as fotos são minhas
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